Pedalar há muitos anos deixou de ser um meio de transporte das classes mais pobres. Onde o condutor de bicicleta era chamado de bicicleteiro. Goiânia sempre teve bons incentivos com a prática do ciclismo. Em 1981 foi criada, nas margens do atual córrego Botafogo, a primeira ciclovia urbana do Brasil. Com o objetivo de ajudar aos mais desfavorecidos pela nova ordem da modilidade urbana. Começava no Setor Leste Vila Nova e ia até o Estádio Serra Dourada.
Naquela época existia muita corrida de rua de bicicletas. Mas somente com o surgimento do movimento Mountain Bike - MTB, que é praticado com um tipo especial de bicicleta (bike), própria para estradas de chão, trilhas e montanhas, é que essa atividade esportiva deu seu primeiro grande passo no mercado consumidor.
Hoje as opções de bikes estão de acordo com o poder de compra, e personalizadas à modalidade de atividade física e biotipo do cliente. Mas foi a partir do cicloturismo que possibilitou o surgimento de diversos grupos de amigos e simpatizantes da prática de atividade física com bicicleta. Que passaram a ocupar a noite as ruas das grande cidades para pedalar. 50 a 200 ciclistas, com pontos de encontro em diversos lugar da cidade de Goiânia, onde se reúnem para escolher o trajeto do dia, e assim marcarem a trilha seguinte do final de semana. Com isso as pessoas foram conseguindo tempo para pedalar.
Os gestores das cidades atenderam as reivindicações dos ciclistas, e passaram estudar a demarcação das ciclo faixas, que se tornaram uma primeira opção. Apesar de não fazerem conexões com todas as partes da cidade, ainda, assim, servem para trafegar. Mas limita muito as opções e os trechos seguros para pedalar em grupo. Precisamos fazer um trabalho de conscientização entre ciclistas e condutores de veículos automotores, para o primeiro seguir a leis de transito e se fazer visível (usar faróis e pisca traseiros, capacetes refletivos) e audível (com apito), enquanto ao motorista deverá aprender a respeitar o espaço e tempo do ciclista.
Dois setores tem crescido nos últimos anos: o setor de auto peças de carro e motos e o de venda de bikes. Algumas revistas apontaram um crescimento de 15% no ano passado. Fica quase impossível acompanhar os lançamentos todos os anos de bikes novas e peças. Estudos de engenharia e tecnologias utilizadas tem feito a atividade de pedalar se tornar cada vez mais prazerosa. Aquela sensação de sentir o vento no rosto, estar em movimento, vendo a paisagem, de conquistar cada quilometro e superar seus próprios limites, é recompensador. Acredito que esse crescimento, que as pessoas queiram resgatar a lembrança da infância e/ou adolescência, é maravilhoso a sensação de liberdade. Mais uma coisa é certa e falo sem medo de errar: o sistema cardiovascular, pressão e a musculatura das pernas, ficam ótimas. Os efeitos físico e mental, são a recompensa maior que os praticantes do esporte terão. Outro grande benefício são as parcerias que surgem nas trilhas e encontros, e os laços de amizade que vão se estendendo e contaminado cada vez mais pessoas, um ajudando o outro. Todos estão sempre prontos para ajudar. Todos pedalam sem presa, como dizem alguns “Presa pra quê?”. Hoje só não pedala quem não quer. Todo dia tem uma opção de pedalada na cidade.
Os praticantes do MTB e do Cicloturismo se misturam em grandes eventos, todos querem é pedalar. Basta divulgar um evento, com organização, infraestrutura para o trajeto proposto, que vários bikers rodam quilômetros para participar. É sem dúvida um público com grande poder aquisitivo. A manutenção do equipamento não é barata, e os preços estão ficando cada vez mais altos devido a alta qualidade dos produtos e especialização. Algumas cidades do interior do estado, já perceberam, essa tendência é fazem todos os anos seus eventos com valores de inscrições que proporcione toda a infraestrutura necessária à realização do evento.
Com o crescente aumento da violência nas cidades, com risco de morte por assalto ou atropelamento. O cicloturismo é a modalidade que mais cresce. E os praticantes estão cada vez mais indo longe em busca de trilhas seguras para levarem seus familiares e amigos para pedalarem.
De olho nessa tendência Pimenta, como é conhecido no cicloturismo, tem aberto as portas do seu ranchinho no distrito de Mocambinho, município de Gameleira de Goiás, para guiar nos finais de semana grupos de ciclistas por diversas trilhas finalizando-as com banho relaxante na cachoeira Perdida.
Pedala Brasil é um movimento que tem ajudado com consultoria gratuita diversas pessoas na criação de seus grupos de cicloturismo. Essa tendência não tem volta, e a medida que as crises de mobilidade urbana aumenta, mais e mais o movimento cresce. As pessoas estão descobrindo que pedalar 20 km é recompensador. Principalmente para ir ao trabalho, escola e faculdade. A bike é uma opção cada vez melhor. Quem pedala vive mais e melhor.