Já faz alguns anos, precisamente em 1967, na primeira vez que o Iris foi prefeito de Goiânia, pretendendo direcionar o crescimento da Capital, por meio de licitação pública, contratou o escritório renomado de uma empresa especializada de São Paulo, a Serete, que, após alguns dias de trabalho, elaborou o Plano Local de Desenvolvimento Integrado. Este plano, do qual participei como um dos representantes do Município na área jurídica, muito auxiliei àquela equipe, que, indubitavelmente, forneceu os elementos necessários para o ordenamento urbano da metrópole, que crescia a olhos vistos. Daí, que, atualmente, de acordo com esse direcionamento estudado por sobreditos especialistas, Goiânia teve seu crescimento planejado, haja visto que até hoje se vê que sua conurbação se deu (e se dá) justamente, para o Setor Oeste, naquela época sem nenhum empecilho que não a deixasse crescer. Ao contrário, de outros polos não recomendáveis – a então estrada de ferro, o rio Meia Ponte e a BR-153. Assim, o primeiro governo de Iris à frente da Prefeitura se firmou em diretrizes planejadas, uma vez que adotou critérios e métodos de planejamento urbano. Mas, não é sobre o tema acima exposto que desejo abordar hoje, agora que ele é, novamente, Prefeito. Faço mais uma sugestão a ele. Aqueles que forem encarregados de planejar os traçados técnicos e urbanísticos da atual gestão municipal, deverão inserir nos seus projetos a criação de aposentos com todo o aparelhamento necessário à satisfação das necessidades fisiológicas dos cidadãos (em geral) que transitam pelo Centro de nossa Capital, que são aos milhares. Todos esses transeuntes terão, então, um local ao fito de atender ao “chamado da natureza”, que não escolhe a hora para seu clamor. Naturalmente, que esses mictórios não deverão ser como os de outras capitais brasileiras, sujos, imundos, locais escolhidos por drogados e praticantes de sexo. Devem ser planejados por arquitetos ou engenheiros especializados, todos eles, higienizados e monitorados, diariamente, por servidores preparados para tal mister. Desse modo, a construção desses banheiros públicos será indispensável à satisfação do nosso povo, pois nada mais justo e mais verdadeiro do que atender àquelas milhares de pessoas que cruzam a Praça do Bandeirantes e o Centro de Campinas, para que tenham um local apropriado a fim de descomer. Sei, contudo, que não escasseiam a essa sugestão ardorosos opositores. Desde logo, argumentarão que esses prédios de dejeções enfearão a cidade. A esses incrédulos digo que conheço muitas cidades e em várias delas observei a existência desses lugares próprios para evacuações, sem que perdessem a sua beleza urbanística. Há a necessidade premente desses equipamentos mesmo porque nas regiões acima citadas não há lugar para que o povo possa depurar suas impurezas. Muitos prefeitos têm buscado a retomada histórica do Centro. Entretanto, até hoje não se preocuparam em dotar Goiânia desses sanitários, e, ao contrário, desejam revificar o berço da Capital apenas contribuindo para a melhoria dos espaços históricos, artísticos e literários. Esquecem-se, entretanto, que os banheiros públicos são imprescindíveis à vida da sociedade, motivo pelo qual, no meu modo de entender, o Iris deveria incluir em seus planos a edificação desses locais, previamente escolhidos, importantes para a população de nossa cidade.
(Luiz Augusto Paranhos Sampaio, membro da Academia Goiana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. E-mail: luizaugustosam[email protected])