Família Accioly (Accioli)
Diário da Manhã
Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 23:20 | Atualizado há 7 anos
Originária de Florença, Itália, espelhou-se por vários países da Europa e comenta-se ser de linha direta com os antigos duques de Borgonha, da casa real de França.
Em 1165, da era cristã, Ricomano Guibilirado teve um filho chamado Achiolo, que em língua toscana significa “feito de aço”, considerado um homem muito valoroso e que exerceu os principais empregos da República. Um dos seus descendentes foi Guidaloto Achioli, o primeiro deste apelido. Dele nasceu, em 1290, Marmino Achioli, que por ser de muita prudência e autoridade foi eleito gonfaloneiro, isto é, presidente do senado e intendência em todo o território florentino. De Marmino nasceu Donato Achioli, pai de Jacobo Achioli, casado com Bartolomeia Riciatoli ou Rizoti, de quem nasceu Misser Donato Achioli, marido de Honesta Strozzu, pais de Nário Achioli, consorciado com Helena Strozzi. Destes últimos foi filho Pedro Achioli, que teve de sua mulher a Zenóbio Achioli, o Velho, por diferença do filho, nascido de Maria Guarani.
Zenóbio Achioli, o moço prestou muitos serviços à Igreja, seguindo o partido do Papa, mesmo contra o príncipe, combatendo rebeldes acompanhado por sua parentela e amigos, pelo que passou ao serviço do imperador Carlos V e depois a Espanha, onde ele lhe fez mercê de, com seus irmãos e toda a sua descendência, gozar dos privilégios e mais preeminências dos fidalgos de Castela, e, bem assim, de serem tratados como senhores títulos. O imperador declarou na respectiva Carta, dada em Madrid a 16-01-1517, fazer nesta mercê por eles provirem de sangue real e de duques, condes mui ilustres senhores do Ducado de Florença, da Grécia, de Veneza, da Inglaterra e Espanha. Contraiu Zenobio, o moço, matrimônio com D. Catarina Delphini, cuja família era das principais de Veneza. Foram seus filhos Simão Achioli e Francisca Achioli, ambos com descendência portuguesa.
Simão Achioli passou em 1516 à Ilha da Madeira e dos bens, que aó possui, acima da cidade de Funchal, instituiu vínculo com uma capela sagrada que dedicou ao nascimento de Nossa Senhora. O rei D. João III lhe confirmou, por carta de Brasão dada a 27-10-1529, as armas dos Archiolis que ele justificava perante o Dr. Brás Neto, desembargador do Paço, lhe pertencerem por veronia, para o que apresentou uma Carta Patente, selada pelo Senado de Veneza, e assinada pelos Priores (ministros do Supremo Conselho) em 14-VIII-1515, na qual se mostrava uma filiação e legitimidade de nascimento, assim como a nobreza e antiguidade da família. Simão Achiolii casou com Mari Pimentel Drumond, falecida em 12-10-1541, sendo filha de Pedro Rodrigues Pimentel e Izabel Ferreira Drumond, de quem deixou geração na Ilha e que passou em parte para o Brasil e a Portugal. Faleceu em 1544, sendo sepultado no Mosteiro de São Francisco de Funchal.
Francisca Achioli, contraiu casamento com Baptista Cavalcanti, fidalgo ilustre de Florença, de quem houve a Antônio Cavalcanti, pai de Felipe Cavalcanti, que se transferiu para Portugal e depois para Pernambuco onde se casou.
Os Achioli produziram muitos príncipes, soberanos, cardiais, e arcebispos. Deles Saíram os Grãos Duque de Toscana, dos quais Cosme de Médicis e sua mulher Maria Madalena de Áustria, irmã do Imperador Fernando II, nasceu Pedro de Médicis, que causou em Portugal com D. Brites de Lara, filha dos Duques de Vila Rela, D. Manuel de Menezes e D. Brites de Almeida, sem ficar geração deste matrimônio.
O marquês Achioli, que em 1742 só tinha uma filha para herdar a sua grande casa de Florença, convidou D. Jacinto Achioli de Vasconcelos, morador da ilha da Madeira e descendente de Simão Achioli, para seu marido a fim de não se extinguir a varonia, casamente este que se efetuou.
A forma correta do apelido usada em Itália é Acciajuoli, mas a quem em Portugal se generalizou foi Achioli, depois transformada, por erro de grafia em registros de nascimentos, para Accioly e Acioli. Tem por armas: de prata, com um leão de azul, armado e lampassado de vermelho. Timbre: leão das armas. (Armorial Lusitano).
Os ramos Achioly e Acioli vieram de Portugal, principalmente da Ilha de Madeira, para o Brasil, localizando-se em quase todos os Estados. Em Goiás podemos destacar o escrivão e desportista Antônio Accioly, nascido em Piracanjuba, e Armando Acioli, alogoano, combativo jornalista de O POPULAR.
(D’jalma Tavares de Gouveia, Menorista, Desembargador, Aposentado e Articulista do DM)