A corrupção está em todos os degraus da sociedade, disfarçada de jeitinho brasileiro. É pitoresco e exportado como característica nacional, inclusive.
O povo brasileiro está assustado com tanto desmando nos governos federal, estaduais e municipais país afora. Vemos todos os dias nos jornais as mazelas do país: criminalidade, corrupção, drogas, falta de saneamento básico, de educação, de serviços de saúde, de segurança, de fiscalização no trânsito... e ainda assim, o povo parece não querer mudar nada, mas, certamente, vai reagir nas urnas de 7 de outubro.
De dois em dois anos somos obrigados a escolher nossos candidatos, tanto no plano nacional e estadual, como na esfera municipal. E concordo com a obrigatoriedade do voto, acho que sem ela o povo ia ficar em casa sem engajamento e participação e só quem fosse pago para isso iria votar. Não, não acredito na lei seca, nem que somente quem entende do assunto iria votar.
Nunca vou esquecer de uma propaganda que vi uma vez do programa Casseta & Planeta, em que um dos humoristas do programa entrevistava as pessoas na rua e perguntava: “Você é corrupto?” Ao que a pessoa respondia: “Não”. Então o repórter perguntava: “E se eu te der R$ 100, você muda de ideia?” A pergunta ficava no ar, mas a expressão do entrevistado já nos dava a resposta... esse é o perfil do brasileiro. A corrupção está em todos os degraus da sociedade, disfarçada de jeitinho brasileiro. É pitoresco e exportado como característica nacional, inclusive.
O fato é que há muito tempo deixamos de acreditar nos políticos. E isso é lamentável, porque a saída dos problemas nacionais está na política. Sou político e vou continuar acreditando nas mudanças, através da política.
Não concordamos com aqueles que dizem que que todas as suas promessas de campanha são apenas conversa fiada para convencer o eleitor de o político vale a pena. Não posso concordar com daqueles que acreditam que todo político desvia dinheiro, rouba, em bom português. Já ouvimos tantas histórias de gente que era “honesta” e depois de eleita foi obrigada a entrar no esquema (honesta?). Só há uma saída: a política. Por isso, a população precisa eleger políticos honrados, sérios, honestos, competentes, bem intencionados.
Os impostos no Brasil são altíssimos. Recente reportagem do Jornal Nacional mostrou que 64% de nossa renda mensal vai para impostos. Não me admira que muitas pequenas empresas não ultrapassem esse primeiro ano de vida.
Depois do Mensalão e do Petrolão, o País precisa experimentar uma nova fase na vida pública. É pessimismo demais, descrença demais. O povo precisa a voltar a acreditar nos políticos. E o caminho é escolher melhor nas eleições deste ano. A começar pelo presidente da República. O Brasil precisa mudar, voltar a crescer, gerar emprego, estabilidade social, diminuir a desigualdade social. Há muito desânimo por todo lado.
Tenho andado por aí e a esperança ainda existe. A expectativa das pessoas é a de que apareça um salvador da pátria, mas esse não é o caminho. Já elegemos Jânio Quadros, Fernando Collor e deu no que deu. Temos que ter um presidente da República estadista, vocacionado em servir, que pensa e age em favor da maioria do povo brasileiro, que enfrente as elites, o mercado, os poderosos. Eu acredito que vamos sair da crise política.
(Nailton Oliveira, advogado, ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás)