A história se repte. Chega o período chuvoso e a cidade de Goiânia ficou castigada, mais uma vez. Ruas e avenidas alagadas, áreas de risco com casas sendo desocupadas e, o mais grave, a morte de cidadãos comuns. Uma rotina que pode ser minimizada. Ação, foco e planejamento são as armas que podem ser usadas para isso. Não adianta reclamar agora e esquecer o assunto depois das chuvas. No caminho inverso, tivemos a crise hídrica, com falta de água em milhares de torneiras em Goiânia. A chuva chegou e o assunto está adormecido, com nova ameaça para o meio do ano. Por isso, é necessário pensar quando o problema ainda não existe.
Goiânia carece de planejamento. O Plano Diretor, que será revisado neste ano, é um documento importante para nortear esse planejamento. Ocorre que documentos elaborados para melhorar a organização da cidade, não são colocados em prática. No caso do transporte, por exemplo, ele vem sendo sucessivamente ignorado. Com o passar dos anos, até mesmo espaço físico para a criação de novos corredores de transporte deixam de existir. No caso da drenagem, simplesmente ainda não existe. E, sem esse plano, com recursos e cronograma definimos, vamos sempre estar enxugando gelo. Ou chorando sobre as águas que inundam a cidade.
Pra completar, a situação financeira difícil vivida pela administração municipal vem comprometendo a qualidade dos serviços oferecidos à população. Uma simples ação de limpeza geral de boca-de-lobo já iria contribuir para diminuir o problema. Assim como um trabalho mais efetivo de educação ambiental. Não é admissível que um grupo de joven vá comemorar o ingresso no ensino superior deixando um parque tradicional como o Vaca Brava cheio de lixo. Isso é reflexo da ausência do poder público neste trabalho educativo, que deve ser iniciado nos primeiros anos de escola para colher frutos neste momento.
Mas o princial mesmo é um amplo projeto para resolver o problema de escoamento de águas em Goiânia. A falta desse projeto para a cidade tem causado transtornos, como a recente interdição da Marginal Botafogo. Tem contribuído decisivamente com o assoreamento do Parque Cascavel, projetado para ser um cartão postal da Região Sudoeste, mas que tem sofrido nos últimos anos.
Definitivamente, Goiânia não está fadada a cumprir à risca o ditado de que “as águas vão pro mar”. Temos uma grande rede de mannciais. Goiânia foi escohida para ser a nova capital também por isso. Mas a chegada das águas pode e deve ser planejada. Se o assunto não for pensado agora, vamos continuar contando prejuízos e chorando por vidas perdidas a cada nova onda de chuvas. Hora de parar, planejar e agir.
(Gustavo Cruvinel, vereador por Goiânia)