Na discussão política o maior obstáculo à ser transposto é o desafio da convergência de ideias, mesmo que todos saibam que a política se faz com diálogo, renúncia, espírito público, humildade e muita compreensão. Quem CHIpropõe a candidatar-se a cargo político tem que se submeter a essas condições, sob pena de se prejudicar e inviabilizar o projeto do partido onde todos seriam prejudicados. Como disse anteriormente, a arma poderosa para resolver qualquer conflito político, continua sendo o diálogo sadio, respeitoso e sincero. Não se resolve divergências por meio da imprensa, das redes sociais e nem através de mensageiros, a solução virá das rodas de conversas com os interessados presentes, com espíritos desarmados, dispostos a falarem, ouvirem e aceitarem a decisão extraída da convergência das ideias. Decisão essa que deve sempre levar em conta os pontos indispensáveis para que todos saiam satisfeitos do processo. Nesse caso, mesmo sujeito a notícias falsas, a manifestação da maioria do povo é o melhor termômetro para medir a densidade eleitoral dos candidatos. É possível que no curso do processo eleitoral fatos novos apareçam e mude a opinião e opção do eleitor. Mas, o risco de sair na frente e chegar depois, é bem menor do que sair atrás e chegar na frente. Com mais uma incerteza, nunca se sabe de que lado vão ficar os perdedores e indecisos.
A renúncia no processo político democrático é também um gesto de grandeza e espírito público do político que não faz política por vaidade e nem pelo desejo fazer da política a sua profissão. Política não é profissão, é doação espontânea e vocação para servir o próximo. Isso é o que chamamos de espírito público e comprometimento com as causas sociais, independente de interesse particular e de grupos, mas sempre visando o interesse do conjunto da sociedade. Por último, para viabilizar um bom entendimento na política e transpor qualquer obstáculo, é necessário que haja muito diálogo, convergências de ideias e de projetos, bem como vontade de conquistar bons resultados. Esse é sem dúvidas o maior desafio que os políticos e partidos têm para viabilizar candidatura que tenha a maioria dos eleitores. Essa maioria não pode ser apenas dos líderes do partido, têm que ser extraída de consulta popular e oficial.
Desafio é para ser enfrentado com coragem, determinação e muita dedicação. Na política se busca o poder como instrumento do servir. Portanto, a pessoa que se envolve na política por vaidade e interesse inconfessável, deve ser banido da política. É por conta de gente que age desse tipo que o Brasil passa por momentos difíceis. É preciso mudar o conceito e a prática da política brasileira. O político que não entender isso, deve ser expurgado da vida pública. Não me refiro a pessoa, velha ou nova, falo da mudança e da atualização do conceito de política e da quebra de determinados paradigmas. Os chamados caciques e líderes maiores dos partidos políticos, os quais rendo a minha homenagem e respeito, não podem desprezar os índios e líderes menores que também pensam e têm boas ideias. No dia que os dirigentes de partidos conversarem mais com os filiados, e tiverem a humildade de ouvi-los e aproveitar as suas ideias, o partido será fortalecido, tornar-se-á grande e dificilmente perderá eleições. Ninguém vive do passado, pode até fazer referência a ele, mas sem a impressão de apego ao que fez antes, como forma de convencer o eleitor para novas empreitadas. Não estou personalizando partidos e nem políticos, falo em tese e o que penso do processo político brasileiro. Todavia, se dependesse de mim sepultaria a prática atual de fazer política. Sei que a mudança depende de nós e que a arma a ser utilizada chama-se diálogo.
(Gercy Joaquim Camêlo, coronel da Reserva Remunerada da Polícia Militar de Goiás e Governador 2012/2013 do Rotary International, Distrito 4530)