A alguns séculos atrás, não havia preservativos e nem antibióticos. A Igreja Católica era bem mais expressiva. Grupos se uniam para lavrar a terra, plantar e colher. Estabelecia-se pequenos povoados que iam crescendo à medida que o tempo passava. Sabemos que em muitas culturas o macho da espécie humana, sempre teve a primazia de se relacionar sexualmente com várias mulheres e não ser considerado desrespeitoso ou ilegal, pelo fato de manter este comportamento mesmo estando namorando ou casado. Com o crescente aglomerado de pessoas, as doenças sexualmente transmissíveis começaram a se alastrarem descontroladamente, endemias devastavam povoados inteiros. Então, a sociedade começou a se rearranjar e estabeleceu a monogamia, no intento de coibir a proliferação das enfermidades; com total apoio da Igreja. Identificamos na história que muitas nações impuseram a morte por enforcamento, como pena àqueles homens que fossem pegos em adultério.
Hoje temos: antibióticos, preservativos sexuais, anticoncepcionais e temos também aplicativos na internet que estimulam e geram modismos questionáveis relativos à pratica sexual em grupos, e sem uso de camisinha, como regra primordial. Temos aí também o incentivo à promiscuidade e traição na busca do prazer. Independente do tipo de relacionamento a responsabilidade com a saúde do (a) parceiro (a) e a cumplicidade devem servir de base. É fato incontestável que o impulso para a prática sexual está ligado a nosso instinto e forma de criação.
Conversando com adolescentes, eu percebo que a preocupação com a proteção nas relações heterossexuais e homossexuais é bem menor que esse cuidado no jovem da década de 90. O adolescente daquela época perdeu vários ídolos por doenças sexualmente transmissíveis, e isso era divulgado pelos meios de comunicação. Atualmente quando um astro das artes ou do esporte falece devido a aids, é noticiado apenas a doença oportunista que fez culminar na morte. Informam que o falecimento foi devido a complicações no trato respiratório, por exemplo.
As políticas públicas de saúde preventiva devem ser focadas com maior intensidade na população jovem. Nossa cultura está hoje apresentando apenas os prós e praticamente nada de ônus referente aos atos libertinos. Paralelo a ação governamental, devemos zelar pela qualidade de vida, pela nossa existência. Nos proteger e cuidar de quem amamos. Optando pela monogamia ou pela poligamia, o essencial é o bom uso do discernimento. A traição se consolida na irresponsabilidade associada à ausência de empatia.
(Ronaldo Marinho,escritor, gestor)