Associação Nova Esperança, em Santa Helena de Goiás, é referência na recuperação de dependentes e alcoolistas, unindo espiritualidade, boas práticas de atendimento e acolhimento, estrutura física adequada e voluntariado dedicado em garantir existência, manutenção e desenvolvimento da conhecida Fazendinha Nova Esperança.
Conscientes de que a responsabilidade de solucionar o problema da droga e do álcool não é apenas do governo, mas sim de toda a sociedade organizada, a diocese de Jataí e um grupo de membros ativos da comunidade de Santa Helena – município do sudeste goiano – criaram a Associação Nova Esperança, uma comunidade terapêutica destinada à recuperação de dependentes químicos e alcóolatras. Há 20 anos a Fazenda Nova Esperança de Santa Helena de Goiás, chamada carinhosamente de Fazendinha, recebe jovens e adultos adictos oriundos de toda a parte do Brasil, independente de convicções políticas, religiosas ou nível socioeconômico. Seus objetivos são recuperar e reintegrar os internos ao convívio social e familiar saudável.
O projeto foi montado há 20 anos, em uma fazenda de 5,5 alqueires, com a construção do Centro Terapêutico Nova Esperança. Os trabalhos foram iniciados, em 1997, com a disposição de 12 vagas. Logo passando para 24 internações e, em 2008, ampliando para 50 vagas. Com o trabalho da equipe de voluntários que procura arrecadar doações e incentivos para a manutenção e a melhoria do atendimento e da infraestrutura do centro terapêutico, hoje, a Fazenda Nova Esperança tem capacidade para atender 60 internos.
“Iniciamos o voluntariado da equipe de Goiânia para viabilizar recursos. Começamos com a montagem de um bazar permanente da pechincha com roupas e calçados novos e seminovos, acessórios e objetos de decoração. Com o aumento da procura por internações na Fazendinha e a necessidade social dos últimos tempos, ampliamos nossos trabalhos na busca de recursos para realização de melhorias físicas e na manutenção da qualidade e volume de produtos alimentícios e de limpeza para garantir o recebimento de mais internos, mantendo a qualidade das ações de recuperação que são desenvolvidas na Nova Esperança. Hoje, nosso contato junto às empresas e lojas é periódico. É uma forma de termos parceiros constantes na luta que a cada dia cresce.”, destaca a chefe do voluntariado em Goiânia, Vânia Mara Craveiro.
Uma das mais recentes conquistas da Fazenda Nova Esperança de Santa Helena de Goiás é a construção de uma capela em suas dependências. “O trabalho realizado no centro terapêutico é ecumênico, porém trabalhar a espiritualidade na recuperação desses jovens e homens é fundamental, ferramenta indispensável para seu fortalecimento e enfretamento das dificuldades de cada dia e de sua inserção na sociedade. Fortalecemos o corpo, a mente e o espírito para que estejam preparados para o enfrentamento do mundo, para a conquista de uma nova vida lá fora”, enfatiza Itamar Lana, médico e diretor do centro de recuperação.
Construída com doações de empresas e colaboradores novos e permanentes da Associação, a capela tem projeto assinado pela arquiteta Shirlei Bittar e painel do artista plástico Luiz Olinto – contribuições voluntárias. A inauguração será realizada no próximo domingo, dia 25, com a presença de internos, famílias, colaboradores e comunidade. “Agradecemos, imensamente, pelas contribuições e esforços. O que vejo é um apoio que cresce de união e solidariedade para amenizar um problema que já se tornou de saúde púbica em nosso país: a adicção. A capela representa o fortalecimento do espírito para o enfrentamento da batalha e mais um espaço de acolhimento na jornada da recuperação”, afirma a coordenadora da Fazenda Nova Esperança, Carlinda Lana Ribeiro.
A filosofia de trabalho aplicada pela Associação Nova Esperança baseia-se na laborterapia (trabalho e disciplina), na psicoterapia, na espiritualidade e nas atividades de esporte e lazer apoiados nos 12 passos aplicados pelo AA (Alcóolicos Anônimos) e pelo NA (Narcóticos Anônimos), nos 12 passos para o cristão e nos 12 princípios de Amor-Exigente. O tratamento é sem medicação, totalmente voltado para a recuperação dos internos centrada na formação de um novo homem, oferecendo-lhes condições de se manterem sóbrios, em uma vida digna, reintegrando-se à sociedade e à família. O tratamento é de nove meses e a partir do quinto mês é iniciado trabalho de ressocialização. “As famílias também são acionadas a participarem da mudança que acontece durante a internação. É feito trabalho junto aos grupos de apoio, que oferecem condições para a reestruturação familiar”, destaca Itamar Lana.
(Ady Patrícia Azevedo Soares, colaboradora)