“A obra de André Luiz, através de Chico Xavier, em complemento à Codificação Kardequiana, em vários aspectos, gradativamente, vem mostrando quanto o Espiritismo se antecipa às modernas conquistas da Ciência, mormente no campo da Física Quântica.
A partir de “Nosso Lar”, em 1943, a nossa concepção de Mundo Espiritual se amplia, consideravelmente, com a revelação da existência de diversas “Esferas Espirituais” que o constituem. Há, inclusive, um estudo muito interessante a respeito, num dos livros editados pela FEB, intitulado “As Sete Esfera da Terra”, de Mário Frigéri, todo ele calcado em André Luiz. Aliás, a referida publicação, em grande parte, se baseia ainda em “Cidade no Além”, publicado pelo IDE, de Araras, através do médium Chico Xavier e Heigorina Cunha, pelos espíritos André Luiz e Lucius, este último, segundo informação de Chico Xavier, pseudônimo de Camille Flamarion.
2 – O que Allan Kardec, genericamente, denomina de Mundo Espiritual, e André Luiz de “Esferas Espirituais”, a Física Quântica vem chamando de “Hiperespaço”, em minha modesta dedução. Em “Os Mensageiros” , colhemos da palavra de Aniceto as seguintes expressões:
“Há, porém, André, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se interpenetram. O olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma que exige o desenvolvimento das faculdades espirituais para tornar-se perceptível. A eletricidade e o magnetismo são duas correntes poderosas que começam a descortinar aos nossos irmãos encarnados alguma coisa dos infinitos potenciais do Invisível, mas inda é cedo para cogitarmos do êxito completo.”
Nas considerações constantes do livro “Cidade no Além” – Localização de Nosso Lar – Esferas Espirituais –, nos deparamos com preciosa elucidação:
“O trânsito entre as esferas se faz por maneiras diversas. Por “estradas de luz”, referidas pelos espíritos como caminhos especiais, destinados a transporte mais importante, através dos chamados “campos de saída” que são pontos nos quais as duas esferas próximas se tocam. Pelas águas, de se supor as que circulam os continentes”.
Vejamos agora o que transcrevemos da obra intitulada “HIPEESPAÇO”, de Michio Kaku, professor de Física Teórica no City College da Universidade de Nova York, que Graduou-se em Harvard e recebeu o título de doutor em Berkeley (ob. citada):
“Nosso Universo, portanto, não estaria sozinho, mas seria um de muitos mundos paralelos possíveis. Seres inteligentes poderiam habitar alguns desses planetas, ignorando por completo a existência de outros.” “(...) Normalmente, a vida em cada um desses planos paralelos prossegue independentemente do que se passa nos outros. Em raras ocasiões, no entanto, os planos podem se cruzar e, por um breve momento, rasgar o próprio tecido do espaço, o que abre um buraco – ou passagem – entre esses dois universos. (...) Essas passagens tornam possível a viagem entre esses mundos, como uma ponte cósmica que ligasse dois universos diferentes ou dois pontos do mesmo universo.”
No livro “Voltei” , de irmão Jacob/Chico Xavier (obra de leitura obrigatória para os espíritas!) – Incidente em Viagem –, há interessante narrativa que Mário Frigéri sintetiza em “As Sete Esferas da Terra”:
“Havia uma ponte luminosa assinalando a passagem das regiões de treva para as de luz. Um desencarnado do grupo que volitava sob as supervisão e sustentação fluídica de Bezerra de Menezes e do irmão Andrade, se desequilibrou ante a visão magnífica da nova região e, recordando seus deslizes na carne, passou a gritar:
– Não! Não! Não posso! Eu matei na Terra! Não mereço a luz divina! Sou um assassino, um assassino! (p. 78)
Quando seus brados ressoavam lúgubres pelas quebradas sombrias abaixo, outras vozes, parecendo provir de maltas de feras ao pé da ponte, esbravejaram, horríveis:
– Vigiemos a ponte! Assassinos não passam, não passam!” (p. 78).
Corroborando este rápido estudo, atentemos para a palavra lúcida de Emmanuel, em carta dirigida a César Burnier, em 2 de abril de 1938, recentemente inserida na obra “Um Amor – Muitas Vidas” :
“Não podereis compreender, de pronto, o nosso esforço. Tendes de reconhecer, primeiramente, que o Além é uma região, e sim um estado imperceptível para a vossa potencialidade sensorial. E entendereis que igualmente nós somos ainda relativos, sem nenhum característico absoluto, irmãos de vossa posição espiritual, em caminho para as outras realizações e conquistas, como vós outros.
Nota: De meu livro "A Obra de Allan Kardec - Reflexões (Filosóficas, Científicas e Religiosas"), a ser lançado no dia 7/04/2018, a partir das 17:00h., na sede do Lar de Jesus (Tel. 62-3945-4966).
(Weimar Muniz de Oliveira. wei[email protected])