O mundo está carente de lideranças políticas responsáveis, exceto o presidente da China, Xi Jinping. E esta situação mete medo. No passado, contava-se com nomes de De Gaulle, na França; Winston Churchill, Margaret Thatcher, no Reino Unido; John Kennedy e Barack Obama, nos Estados Unidos; Nelson Mandela, na África do Sul; Golda Meir, em Israel; Corazón Aquino, nas Filipinas. No presente, faltam esses lideres para acalmarem a exaltação perigosa. E provocarem uma paz mais duradoura.
O medo impera. E é decorrente das constantes ameaças de países como a Coréia do Norte, Rússia e Estados Unidos. Agora, aparece o Putin e diz possuir um míssil balístico de poder ofensivo inigualável. E se orgulha disso. Já não bastam os pequenos tiranos na América do Sul, como Nicolás Maduro, na Venezuela, ou em países da África em suas guerras tribais, mas que também matam. Ou na Síria?
Kim Jong-un, presidente norte-coreano, não cansa de dizer que um “botão nuclear está sobre sua mesa o tempo todo”. Tratado como menino travesso, já embarcou numa corrida armamentista que o mundo esperava ter encerrado. O alvo de Kim é a nação americana.
Os Estados Unidos estão bem mais nacionalistas com a eleição de Donald Trump. Com suas posições econômicas sufocam países que exportam para os States. O Brasil é um deles. Sempre tratado como nação amiga, mesmos nos governos de Lula e de Dilma, Michel Temer está sentindo o golpe desfechado na política americana de importação de minérios, entre eles o aço. Os exportadores de segmento pecuário também vêem restrições com as taxações dos gringos a seus produtos.
Na arte da guerra, Trump fala em retaliar a Coréia do Norte. A Rússia de Putin é ameaçadora. No passado, então União Soviética para proteger Cuba, liderada por Fidel Castro, enviou foguetes para Havana. O mundo ficou paralisado e, por pouco, não viu uma guerra de grandes proporções entre Estados Unidos e União Soviética. Na hora H, Kennedy e Nikita Kruschev pensaram melhor e o premier russo recuou.
Em setembro, durante sua estréia na Assembleia Geral da ONU, o presidente norte-americano ameaçou a Coreia do Norte com a “destruição total” se o regime asiático colocasse em perigo a segurança dos EUA. Chamou Kim Jong-un de “homem-foguete”. “Com certeza, vou domar com fogo o americano desequilibrado e senil”, respondeu o tirano, num pronunciamento transmitido pela TV. Felizmente, o presidente chinês coloca um certo freio no companheiro coreano. Afinal, a China está em fase de crescimento e não quer se meter em encrenca.
Agora, Vladmir Putin apresentou quinta-feira passada armamento nuclear como o míssil balístico Sarmat com “alcance praticamente ilimitado” e que “inutiliza” o escudo antimíssil dos EUA. O Sarmat (SS-X-30 Satan-2, segundo a OTAN) é um míssil intercontinental pesado capaz de levar 10-15 ogivas nucleares.
“Nossos colegas estrangeiros, como os senhores sabem, colocaram um nome notavelmente ameaçador, Satã”, destacou. Putin também revelou que o Exército russo já dispõe desde o passado ano de “complexas com armas laser” e “armas hipersônicas”, e citou os novos mísseis de cruzeiro que tem um alcance ilimitado.
As lideranças que no passado tanto se vangloriava faziam acontecer, mantinham visão de futuro e tinham a capacidade de desempenhar um papel e mobilizar as pessoas à busca de novas e promissoras metas. Falavam das pessoas e não de si. Tinham compromisso com a sociedade e detinham valores morais, espírito democrático, empatia com o mundo, coragem, autocontrole, firmeza nas decisões, entre outros fatores positivos.
(Wandell Seixas, jornalista voltado para o agro. Bacharel em Direito e Economia pela PUC-Goiás. Ex-bolsista em cooperativismo agropecuário pela Histadrut, em Tel Aviv, Israel. É autor do livro O Agronegócio passa pelo Centro-Oeste)