Como alguns poucos sabem e muitos desconfiam, a “igualdade”, a democracia, a política, o Estado, o Legislativo, Executivo, Judiciário, o Sacerdócio Organizado, tudo isso é mais ou menos uma farsa ideológica. Tudo isso gira em torno de uma “enganação” : “todos são iguais perante a Lei, perante o Estado, perante Deus”. O erro disso é claro : se deixarmos a maioria média, povão, mandar em tudo, eles nos transformam – aos “superiores” – rapidamente em uma Cuba : “ todos iguais , mas todos pobres; todos iguais mas todos nivelados por baixo, todos sem possibilidade de crescer mais que os outros”. Todos submetidos à inveja e ao ressentimento que todos os da média – “o povão médio” - tem pelos superiores ( não só superiores econômicos mas também superiores intelectuais, morais, laborais, etc ). Então, toda as políticas, o Estado, os Poderes, militares, religiosos, etc, na frente dizem uma coisa – “somos iguais” - mas , por trás, todos trabalham exatamente em sentido oposto : dar oportunidade para os superiores mandarem. Só para dar um exemplo dentre milhares : na política - de modo geral, pois há exceção para tudo - só se elege quem tem um poder econômico por trás, ou seja, quem já deixou de ser empregado, assalariado, povão, proletário. Se o “cara” tem inteligência, esforço, esperteza, malandragem, coragem para trabalhar, e aí vira patrão, deixa de ser proletário, povão. E são esses “superiores” que , tendo mais inteligência, disposição, carisma, etc, vão para a política e “representam o povo”, o que é incongruente, pois , na verdade, já estão representando os superiores, já são superiores. Os que permanecem proletários e querem entrar na política são os “revoltados”, e esses raivosos, reivindicativos, querelantes, geralmente não têm carisma para ganhar votos. Ficam no “esquerdismo dos bastidores”, são os revoltosos do submundo subversivo. Quem está no “mundo real” – p.ex., um pequeno em presário que tem de conquistar fregueses, compor com concorrentes, etc - tem de ser flexível, maleável, moralmente escorregadio - p.ex., um pequeno / microempresário não pode deixar de atender judeus , negros, gays, gordos, venezuelanos, umbandistas, etc porque é homofóbico, xenofóbico, racista, preconceituoso, moralista. Contudo, tecnocratas, funcionários de um certo Judiciário técnico/moral não precisam “compor” com a sociedade, não “precisam dela”, têm salários, férias, condomínios, carros blindados, escolas particulares, hospitais de ponta, etc – não precisam viver no mundo real. Podem aplicar a moral com rigidez, como Robespierre e Savonarola. Já o Judiciário político/amoral , aquele que serve ao Estado Plutocrático/Oligárquico ( o Estado dos ricos e poderosos ), este tem de relativizar tudo, flexibilizar tudo. Para o mundo dos poderosos/ ricos/empresários/líderes políticos, religiosos, etc, não pode existir “moral”, e é por que tanto a Grande Direita quanto a Grande Esquerda querem Lula livre : isto representa a vitória do judiciário político/amoral/flexível sobre o judiciário técnico/moral/rígido. Se prendem o Lula hoje ( “prendem a Esquerda”), poderão amanhã prender o Temer, o Joesley Friboi, o Jucá, o Edir Macedo, Valdomiro Santiago, Bispo , Empresário, Neymar, etc. Amanhã estarão todos no mesmo barco, o Barco do Poder acuado, manietado, intimidado, pelos médios, pelos “inferiores”. Os “Grandes” não podem dobrar-se à sanha moralista do povão e da classe média proletária/empregada/funcionária pública. Estes têm muita gana de prender e arrebentar porque podem ser rígidos. Quem não tem nada a perder – essa “pobreza” aí acima - estes podem ser “morais”. Quem tem muito a perder, como nós, os superiores, têm de relativizar a moral. Por isso, mais uma vez , afirmo, como já o fiz há dois meses, aqui neste jornal, que Lula não será preso – ou se o for, apenas por um dia ou outro, isto é, apenas para inglês ver e poderem justificar : “prendemos o Lula”. Tipo o Maluf, Friboy, Dirceu, etc : “tá vendo ? prendemos eles...!!”. “Quem tiver olhos para ver , veja; quem tiver ouvidos para ouvir, ouça”, já dizia Jesus. Portanto, permita-se inverter e ironizar tudo que viu e ouviu. Ou , então, não.
(Marcelo Caixeta ( psychological.medici[email protected] ))