O sentido da vida é viver em paz, em comunhão com Deus e amar o próximo. Por mais que se queira dar outro sentido à vida que destoe dessas premissas, com certeza será um sentido falso, sem alma e construído sob os efeitos dos valores materiais. Não há como se pensar numa vida que tenha sentido, quando milhares de seres humanos vegetam sobre as sarjetas, debaixo das pontes e amontoadas nos logradouros públicos das grandes cidades. Esse nunca foi e nunca será o sentido da vida humana que Deus nos deu. Mas é assim que muitos vivem neste país, a luz do dia e sob os olhares covardes e desumanos das pessoas que se apresentam para administrar o patrimônio público recolhido dos impostos que todos pagam. Que sentido têm a vida daqueles que vivem na miséria, passando fome, sem assistência médica e sem água tratada para baber? Essa gente não goza do sabor da vida que Deus lhe deu, eles vegetam e cumprem, não sabemos o porque, uma terrível sina de passarem por tudo de ruim que passam que encontram pela vida.
Apesar de tudo, não devemos nos queixar do mundo, o mundo não é mau. Os seres humanos é que ainda não conseguiram entender a missão de agirem com amor e bondade. Mas do ambiente imundo onde muitos vivem, pode nascer a pureza que alegra a alma e acalenta o espírito. As vezes, é daquilo que nos parece ruim, impuro e indesejável à vida, que brota a luz mais sublime em nossos vidas. Nesse contexto, vale lembrar que a luz não se suja, mesmo quando é refletida no pântano e nas vidas daqueles que ali vivem. Resta às pessoas que vivem à margem de uma vida indigna terem, se é que podem, pensamentos bons, porque eles não serão maculados, nem mesmo quando refletidos em ambientes menos puros, onde a maioria de vocês passam o dia e a noite. Que a sociedade possa abrir os olhos e lembrar do sentido da vida, certa que ela não nos pertence.
(Gercy Joaquim Camêlo, coronel da Reserva Remunerada da Polícia Militar de Goiás)