Dizem alguns especialistas em história que o homem repete na Terra, na sua própria estória, fases pelas quais já vivenciou. São ciclos, segundo esta tese, que se repetem. Se isso for real, vivemos dias parecidos com os que antecederam a Revolução Francesa, mas precisamente a fase que ficou conhecida por “Terror”. Foi o auge na França da guilhotina com vários mortos diariamente, incluindo aí os próprios líderes da Revolução. Matar era a ordem do dia. Matava-se como que por esporte. A vida foi desvalorizada. Todos os que eram considerados inimigos da revolução, ou inimigos do Estado, eram mortos de forma sumária. A violência campeia em todo mundo, em pleno século XXI, tal e qual no século XVIII, na França. E o Brasil, mesmo sendo uma terra abençoada, onde a tolerância ainda reina, vários episódios de fúria incontida permeiam o cotidiano e a mídia nos trás notícias diárias de crimes horrendos e nefandos praticados em todas as latitudes deste país continente. Passando pelos venezuelanos que pedem socorro e fogem para nossa Roraima, movimentando vários órgãos de assistência e socorro fraternal, sejam pelos moradores em situação de rua em diversas capitais sendo vítimas de cruéis assassinos que ateiam fogo enquanto eles dormem, vivemos uma calamitosa situação onde a violência toma vulto e cresce diariamente. A Doutrina Espírita nos ensina o valor da paz e nos ensina o processo de pacificação íntima, através da evangelização constante, processo sem fim, que devemos mergulhar e nos deixar envolver pelos doces ensinos de Jesus. Neste processo de melhora constante, que nós, os espíritas, chamamos de reforma íntima, somos convidados a conhecer o processo da reencarnação, fundamentado na Lei de Causa e Efeito e através da qual volvemos à Terra quantas vezes forem necessárias para crescermos em direção à Luz. Através da reencarnação, passamos pelas provas e expiações necessárias para nossa evolução. Evoluímos de acordo com as nossas respostas, com a nossa reação positiva aos reveses que nos visitam. No livro que é um verdadeiro farol em nossas vidas, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo II, no item 7, existe a mensagem intitulada “A Paciência”. Ali, nos é traçado um verdadeiro roteiro à ser seguido na Terra, no enfrentamento as provas que nos visitam. A grande maioria delas, adredemente por nós escolhida, no momento de nosso planejamento reencarnatório. Daí, para nós espíritas, não nos é lícito desistir da vida. Atentar contra ela, seja de qual forma for, é atentar contra a Vontade Divina que nos permitiu voltar a Terra. A Vida é por demais valiosa e por isso que o Movimento Espírita se organizou e há décadas desenvolve em todo o país campanhas de Valorização da Vida, alertando quando a esses atos impensados que levam o homem, por exemplo, ao suicídio. Nós temos a certeza, fundamentada em provas científicas, que a vida continua após o decesso do corpo de carne e que o suicídio é uma porta falsa por onde o espírito sai da vida e entra num mundo de tormentos sem fim...Tudo isso nos é narrado em detalhes na magistral obra literária “Memórias de Um Suicida” , ditada pelo espírito Camilo Castelo Branco, através da mediunidade de Yvonne Pereira. Neste livro é detalhado o martírio pelo qual passam o suicida, seu processo de dor, seu resgate no tempo certo, seu processo de tratamento médico e seu planejamento reencarnatório. Através da leitura deste planejamento, vimos como é importante o reencarne em especial, para os suicidas, que pedem para virem com limites naturais através dos quais irão expiar pelo crime de auto extermínio. Muitos pedem para voltar como anencéfalos, com doenças limitadoras de ação, para que evitem repetirem o ato insano. Lutemos contra o suicídio, multipliquemos campanhas em nossas Casas Espíritas, falemos sobre o valor da vida na evangelização, na mocidade, nos grupos de estudo. Só assim estaremos fazendo a nossa parte, divulgando os Valores eternos, imperecíveis, que Deus nos concede através do ato de viver. Viva a Vida!
(Hélio Ribeiro Loureiro, da Associação Jurídico Espírita do Brasil)