Precisamos debater sobre a violência contra as mulheres em Goiás e no Brasil. Como professora, presidente do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) Mulher e há anos na vida pública, me senti encorajada a percorrer o país para ouvir mulheres de várias regiões, principalmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
Goiás se encontra na segunda posição entre os Estados com maior número de feminicídio proporcionalmente à população e tem se aproximado do primeiro lugar, ocupado por Roraima. O Estado do Norte tem média de 9,3 casos a cada 100 mil mulheres, enquanto Goiás subiu de 7,5 para 8,5 execuções no mesmo período. Os dados são referentes aos levantamentos do Anuário da Segurança Pública, Mapa da Violência, Balanço do 180 e da Agência Patrícia Galvão, compilados pela Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres.
De 2016 para 2017, o número de feminicídio dobrou em nosso Estado, e, infelizmente, a realidade não é diferentes nos demais entes federativos. Tenho trabalhado para constituir um conjunto de iniciativas voltadas para incentivar a participação das mulheres na política, combater a violência doméstica e promover políticas públicas da igualdade de gênero.
Desde que comecei a atuar como mobilizadora social, percebi que a informação é a arma mais poderosa de libertação da mulher. Mais do que sermos protegidas pelo poder público, nós precisamos ter a acesso à informação libertadora, pois quando uma mulher toma consciência da sua condição e dos seus direitos, ela tem condições de lutar por respeito e dignidade.
O feminicídio é um problema de violência social, portanto campanhas educativas, reuniões de mulheres que já foram vítimas e debates na sociedade são essenciais para que essa realidade mude. É urgente dar visibilidade a essas agressões, frutos de nossa cultura machista que banaliza a violência de gênero. É necessária a efetivação de políticas públicas para mulheres, a prevenção, debater machismo e gênero nas escolas, lutar contra o preconceito e todas as opressões raciais e sexuais para prevenir a violência.
Para criar mais políticas públicas a favor das mulheres, é necessária uma maior participação feminina no meio político. A ausência das mulheres neste espaço faz com que as demandas específicas sejam tratadas por quem não tem conhecimento sobre elas. Nos últimos anos, a participação feminina nos partidos brasileiros têm aumentado e o número de candidatas crescido em cada eleição, mas ainda falta muito para termos a mesma representatividade que os homens no Congresso Nacional. Espero que no próximo dia 7 de outubro mais mulheres sejam eleitas em todo o Brasil para termos mais força para mudarmos essa realidade.
(Dona Cida, presidente nacional do Pros Mulher e candidata a deputada federal por Goiás)