O artigo de 19/07 do articulista do DM, Liberato Póvoa, intitulado “As loucuras de um eventual governo Bolsonaro”, que ressalta o convite que recebeu do Delegado Waldir e do seu companheiro de chapa, pré-candidato a deputado federal Major Vitor Hugo, após asseverar que esteve no Aeroporto Santa Genoveva para recepcionar o presidenciável Jair Bolsonaro, no qual confessa que jamais viu tanto entusiasmo com uma candidatura, mostrando que o povo quer mudança, tece arrazoadas e sapientíssimas considerações a respeito de um eventual governo Bolsonaro. ´
Como disse esse ex-desembargador do TO, onómata de títulos acadêmicos, “não se pode dizer que Bolsonaro não esteja preparado, pois as próprias declarações que vem fazendo provam que gente de muito menos preparo técnico e profissional conseguiu subir a rampa do Palácio do Planalto, através das urnas”.
O mesmo, cotejando as ideias bolsonarianas, observa que este, se eleito, ministrará um remédio amargo para curar os nossos males, salientando que a sua rejeição desponta – crê ele – justamente nas classes que temem as medidas: ex-terroristas, apaniguados que mamaram nas tetas do governo por quase uma década e meia, políticos que ficaram ricos com o desempenho de seus cargos e outros que se revelam hoje tremendos picaretas.
O ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro destila um mau cheiro no país ameaçando a nossa democracia. Serão os trincados partidos políticos capazes de deixar de lado a pequenez da disputa do poder para se unir contra o golpe militar que esses déspotas querem repetir? Tal como vem acontecendo, o estilo desse deputado lembra o do presidente Humberto de Alencar Castello Branco. Ao comentar os golpistas que, naquele tempo procuravam os quartéis, identificou-os como “vivandeiras alvoroçadas que vêm aos bivaques bulir com os granadeiros e provocar extravagâncias do poder militar”.
Hitler tomou o poder pela via democrática e nutrido pelos ingredientes muito semelhantes aos que temos hoje: desesperança, crise econômica, nacionalismo e fabricação de inimigos da pátria.
A eleição de Trump parecia piada e aconteceu.
Está em marcha para a presidência um candidato que já defendeu o fechamento do Congresso, o assassinato de presidentes, espancamentos de filhos homossexuais; que considera ter uma filha mulher ‘fraquejada’ ou ainda, considera, descendentes de escravos como preguiçosos.
Alguém que já planejou atentados à bomba e que é acusado de fazer apologia de estupro. É de se imaginar qual malabarismo os líderes do PSDB e do PT vão criar para justificar uma omissão, caso esses partidos não sejam capazes de se unir para a instalação do nazismo disfarçado.
(Edvaldo Nepomuceno, escritor)