Os últimos anos têm sido de apreensão e tristeza para todos nós, brasileiros, naturalmente não deixando de lado as naturais exceções, aqueles que usufruem ganhos neste mar de insatisfações. Desemprego ultrapassando os 13 milhões de homens e mulheres, em todas as faixas etárias, sacrificando muito os mais jovens e levando a desesperança aos mais velhos.
No campo político e econômico brotam denúncias de falta de exemplos éticos entre alguns poucos homens públicos que exercem mandatos ou dirigem grandes e pequenas empresas estatais, tudo com a participação de empresários em busca de vantagens financeiras por meios não aceitáveis. Mas, felizmente, apareceu a Operação Lava Jato que mostrou uma realidade que ninguém queria que existisse.
Como consequência dos escândalos, as pessoas, tanto à esquerda quanto à direita, passam a chamar por soluções estranhas ao processo democrático. À direita há conclamação por uma intervenção militar e à esquerda, o sonho de um partido único que supostamente representaria os trabalhadores.
Ambas as ditaduras, sob o comando de militares ou de civis, já foram experimentadas em diversos lugares do mundo e não ofereceram resultados positivos para suas respectivas populações. Algumas ditaduras ainda sobrevivem em alguns países nos diversos continentes, deixando como herança permanente a pobreza quando não acompanhadas de lutas internas trazendo mortes de seus cidadãos e a destruição de patrimônios de todas as espécies.
E tudo acontece por aqui com a justificativa de que nossos políticos são incompetentes e corruptos. Ingenuamente alguns imaginam que usando-se farda ou escolhendo-se uma ideologia autoritária alcança-se a competência e a honestidade. É hora dos eleitores escolherem, entre os atuais políticos, aqueles que não os decepcionaram e também que as pessoas de bem se filiem aos partidos e se candidatem.
Certamente que aqueles que provarem ser honestos, competentes e trabalhadores serão reconhecidos pelos eleitores. Os países ricos e democráticos do mundo não chegaram ao estágio atual através de ditaduras, mas sim aperfeiçoando seus sistemas políticos e econômicos. Pedir um sistema ditatorial é transferir a responsabilidade cívica de cada um para outra pessoa, que, de posse de tal poder, faz com que sua vontade seja a vontade de todos. A democracia, por falhas que tenha ainda, é o melhor caminho para o avanço.
(Giuseppe Vecci, economista, empresário, deputado federal e presidente do PSDB-Goiás)