Em outra oportunidade, discorri, aqui mesmo neste democrático espaço, sobre as chamadas fake news, as famigeradas notícias falsas criadas para confundir e induzir a população ao erro. Naquele artigo, chamei a atenção para a necessidade de mantermos um comportamento responsável para se evitar a divulgação dessas fakes e assim contribuirmos para que a verdade prevaleça e com ela sejam preservadas a reputação e a história das pessoas.
Infelizmente, em período pré-eleitoral aumenta consideravelmente a propagação dos boatos e mentiras nas redes, cuja intenção não é outra senão macular a honra de candidatos de todas as matizes. Isso desequilibra o pleito eleitoral e pode ter consequências inimagináveis diretamente na vida das pessoas vítimas dessa prática nefasta e no próprio fortalecimento da democracia.
Como usuária assídua das redes sociais, balizada por minha formação moral, essência que carrego do berço, sempre tive o cuidado de usufruir do meu sagrado e constitucional direito de opinião e expressão, sem contudo atacar a honra alheia ou propagar mentiras. Nesse sentido, a própria justiça goiana ratifica minha conduta, eis que, processada em primeira e segunda instância pelo ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, por críticas ao seu governo nas redes, fui, em todas essas instâncias, absolvida sem qualquer reprimenda, exatamente porque a justiça entendeu que o meu comportamento fora irrepreensível enquanto cidadã.
Nota-se, portanto, que a má-fé é o que move tanto a divulgação de fake news quanto a própria judicialização da opinião, uma vez que ambas as práticas têm o objetivo único de distorcer a verdade e privar a população de informações relevantes. Com intenções pouco republicanas, convencionou-se criminalizar a verdade a fim de dar às notícias verdadeiras ares de fake news e assim impedir que essas informações cheguem ao público.
É preciso termos cuidado com o que lemos na internet, mas é fundamental que entendamos, também, que nem tudo ao que tentam impingir a pecha de fake news, o é. Há uma grande apreensão por parte de alguns, principalmente daqueles cuja biografia não resistem a uma busca no google e que por anos a fio comandaram verdadeiras redes digitais de disseminação de fake news e ataques às pessoas, quanto à divulgação de informações verdadeiras que agora não lhes são favoráveis.
Em todos os casos, a grande vítima das fake news é a verdade dos fatos. Daí decorrem consequências que mudam a ordem natural das coisas e ferem irremediavelmente a reputação alheia. É preciso atenção, responsabilidade e perspicácia pra que não caíamos na armadilha fácil das fake news, sejam aquelas falsas em si mesmas ou aquelas que, temperadas com argumentos enganadores, tentam desacreditar a verdade.
(Iris de Araújo, primeira-dama de Goiânia)