Confiança é fundamental na economia. No ano passado, conforme as medidas econômicas do governo federal ganharam força, aumentaram os níveis de confiança de empresários e consumidores, que voltaram a consumir e a girar a roda da economia. Um cenário favorável, marcado pelo controle da inflação e pela queda da taxa Selic, proporciona esse aumento da “autoestima” do mercado. Consumidores confiantes são especialmente importantes para a reação de mercados como o imobiliário, que dependem de pagamento a longo prazo. Esse panorama favorável é possível ser observado em Goiânia, de acordo com dados apresentados pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) na semana passada.
O mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida está conseguindo deixar a crise para trás, mesmo neste cenário político ainda indefinido, de sucessão presidencial. No primeiro semestre deste ano foram vendidas 3.753 unidades na região metropolitana, contra 2.568 no mesmo período de 2017, o que representa um crescimento de 46%.
Somente nos primeiros seis meses deste ano foram vendidas o equivalente a cerca de 90% de todas as unidades comercializadas ao longo de 2016, só para exemplificar como 2018 deve fechar como o melhor ano do setor desde a crise econômica. Para melhorar, o tíquete médio mensal de vendas é o maior dos últimos quatro anos, na faixa de R$ 319 mil.
Com a crise de 2016, o volume de lançamentos na capital naturalmente diminuiu, as empresas colocaram o pé no freio dos investimentos. Este cenário, aliado ao recente reaquecimento do mercado local, com aumento da velocidade de vendas, levou a uma queda de estoque de 18% nos últimos 13 meses.
Essa melhora no setor animou as empresas goianas a retomarem seus lançamentos, que cresceram 26% no primeiro semestre de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017. Desde 2015 não havia ocorrido crescimento no volume de lançamentos em Goiânia e Aparecida. As incorporadoras se reposicionaram, adaptaram seus produtos às necessidades do mercado, focando em apartamentos com metragem menor, mas que se ajustam ao bolso dos clientes. Além disso, o mercado como um todo foi beneficiado com as reduções das taxas de juros bancárias e de financiamento imobiliários ocorridas nos últimos meses.
A pesquisa divulgada pela Ademi-GO mostra uma reação animadora do mercado imobiliário local rumo à superação de um 2016 e 2017 desfavoráveis, de instabilidade política e econômica. Para que essa recuperação se mantenha, é indispensável a manutenção do patamar da taxa Selic e o controle da inflação. Outubro dirá.
(Celso Antônio de Souza Júnior, engenheiro e diretor de Incorporação, Pesquisas e Estatísticas da Ademi-GO)