Quando a economia cresce, prospera, há maior circulação de riqueza, se o país é bem governado, usa a política como arte, instrumento, dispositivo, capaz de fazer o estado funcionar com eficácia, de modo a promover a felicidade, bem-estar da comunidade, tem-se como corolário, a satisfação quase universal, com o regime, em nosso caso brasileiro, a democracia. Entretanto, quando a política, instrumento, dispositivo, no lugar de fazer o estado funcionar bem, promove o contrário, passa a rasteira no povo, prima-se, muito mais pelo próprio bem-estar dos governantes, em detrimento do bem-estar da comunidade, como acontece na atualidade, dominada pela política profissional, abastecida pela corrente patrimonialista, fomenta, engendra, um caldo de cultura contagioso, tão contagioso, que acaba contaminando toda a sociedade, ou quase toda, com descrença, inconformidade aguçada no regime, muito mais ainda, nos ocupantes do poder. O mais perigoso, nesse cenário, é que, com a fé abalada na democracia, ela muda de crença, passa defender a volta ao governo ditatorial. Natural que, sentindo, na alma, as agruras de anos a fio de recessão, recheada de corrupção, insolvência nas contas públicas, encimada por dívida interna abismal, passa a defender outra modalidade de governança.
Por isto leitor, é chegada a hora de promover, de forma pacífica, ordeira, como determina, o slogan do pavilhão nacional, a grande virada, passando o país a limpo, por meio do voto, arma, ferramenta mais poderosa, valiosa, genial do sistema democrático, pois, dispensa e contrata, premia e pune, ao mesmo tempo, por meio dele, toda sorte de governantes. No entanto, para cumprir, com maestria, essa façanha, o voto servil tem que ser descartado, seja o de cabresto, seja o do compadrio, substituindo-o pelo voto consciente, consciente sapiente, e, dessa maneira, realizar a inusitada, tão ansiada mudança, substituindo todos que dormitam no governo há bastante tempo, na contramão da história, porquanto, ao arrepio das normas, legitimamente, republicanas. Na realidade, eles, calcados no comodismo, pouco se importam, com a miraculosa alternância, marca singular das sociedades livres, democráticas, ou seja, troca dos atuais, por outros. Ademais, todo continuísmo leva, conduz a familiocracia, e, esta, a oligarquia, inimiga da democracia, amante do poder pelo poder. Sim senhor, a bendita alternância, de quatro em quatro anos, além de oxigenar a república, derruba, de uma cajadada só, os atuais ocupantes do poder, no estado e união, ou federal, constituído pelo Congresso Nacional.
Imagine você, outra medida mais excepcional ainda, por meio dele, consciente, a sociedade eleitora pode reduzir o poder legislativo, nas três esferas, pela metade, aliviando a carga pesada, sustentada pelo cidadão (ã) contribuinte, dessa forma, plagiando a maior e primeira república Iluminista da terra, nação líder mundial, por quase cem anos, que são os Estados Unidos da América do Norte. Se a maior república do mundo, proporcionalmente, ao número de habitantes, tem a metade de representantes no poder legislativo, porque cargas d´água, nós brasileiros, com dificuldades mil, insolvência financeira, vamos continuar sustentando, tamanha representação legislativa, nas três esferas? Contudo, se depender deles, oligarcas do poder, jamais seremos alforriados, livres, dessa gigantesca carga, por isso, é necessário que cada cidadão/cidadã, faça corrente, forme opinião, conscientizando a nação, para a grande mudança, de paradigma, valendo-se de iniciativa, como a da Lei da Ficha Limpa, do artigo 14 da constituição cidadã, usando a sua alínea terceira, ou C.
Incrível leitor, mas, pura verdade, têm eles, membros do poder legislativo e, mesmo, executivo, Judiciário, mais medo de plebiscito, referendum, iniciativa popular, do que o diabo da cruz, prova contundente é o baixíssimo uso das três medidas constantes do artigo 14, da magna carta. Sessenta e dois por cento da população brasileira, ainda é, altiva, laboriosa, mesmo com a atual crise, desemprego não se acomoda, se vira, procura outro tipo de trabalho, mantem-se ativa, produzindo riqueza para si e a nação, subsidiando, inclusive, o PIB, ora um tanto nanico. Entretanto, os ociosos, semi ociosos, a começar pelos presídios mal controlados, continuar pelas vítimas da paternidade pouco responsável, mais ainda, do estado mau gestor, paternalista invejável, na era da transitoriedade, sem um ousado programa de incentivo, capacitação, preparo para o trabalho produtivo, de estímulo à implantação de pequenas indústrias, fabricas de processamento de matéria prima produzida nas próprias cidades interioranas.
Veja só, essa falta de visão e disposição obriga tais matérias primas, a passearem para ser processadas nos grandes centros, e, em seguida, voltarem as cidades de origem, afim de ser consumidas, extorquindo os municípios, enricando a especulação. No lugar de criar emprego, na fonte geradora, mais riqueza na municipalidade, promove o contrário, como dito, o passeio desnecessário, demais, a migração de pessoas a procura de um lugar ao sol, nas capitais, podendo gerar ali, por falta de política de orientação do estado, delinquência, fuga perniciosa, para drogas e banditismo organizado, catalisando insegurança, medo, mal estar, a sociedade ordeira, seguido de descontentamento, com os governantes, pouca fé no regime. Embora a crise, recessão, que se arrasta por vários anos, os bancos públicos, como o BNDES, Caixa Econômica, BB, detentores dos fundos de pensões, fundo constitucionais, financiaram obras, grandes obras, até para maus pagadores, tanto dentro do país, como lá fora, nestes alhures, também há, maus empreendedores.
Contudo, mesmo, com a tão badalada política de inclusão social, consubstanciada ao discurso mavioso de canto de sereia, onde, passa fel na boca do eleitor falando que é mel, e, ele, eleitor, iludido em sua Boa fé, ainda exclama, que mezinho gostoso! O Muda Brasil, poderia, hoje, ter creditado em seu favor, miríade de pequenos empreendedores no meio urbano e rural, fundado em ousado programa de crédito orientado e supervisionado, onde o candidato, ao ter seu projeto aprovado, junto com o crédito, receberia também orientação segura, abalizada, durante a aplicação dos recursos, de técnicos preparados para a missão de assegurar a boa aplicação do financiamento, seguida de emancipação socioeconômica da empresa beneficiária, urbana ou rural.
Entretanto, o malabarismo em voga contagiou negativamente os gestores públicos, desviando-os de trabalho de tamanha envergadura, tanto para o meio urbano, como para o meio rural. Neste, no lugar de melhorar, ainda mais, os serviços de extensão rural, que eram bons, burocratizou sua administração, em certos casos, corrompendo-os. De modo que, as verbas existiam, continuam existindo, mas, as liberações eram feitas mediante propinas, tal qual, o propinoduto da Petrobras. Enfim, a baixa poupança, ora, pouco mais de 10% do PIB, nos Tigres asiáticos, chega a ultrapassar 50%, solapou a disposição que restava. Aqui, o confisco, inflação galopante, arruinou, desestimulou os poupadores. Poupança baixa, baixo investimento, tendo, como corolário, baixo crescimento econômico, recessão, sublimando o panorama, na atual conjuntura, de despesas maiores do que receitas: insolvência. As verbas daqueles Bancos, bem aplicadas, orientadas, poderiam romper o atual desafio, da estagnação.
(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG, pós-graduado em filosofia política pela PUC-GO, produtor rural)