O Psicoterapeuta perscruta a mente e o Espírito. Função que está na origem da palavra psicoterapia: do grego psykhe-mente e therapeuein – curar.
A psicoterapia promove o tratamento de problemas psicológicos como a depressão, ansiedade, dificuldades de relacionamento, entre muitos outros problemas de saúde mental.
Trata-se de processo dialético efetuado entre um profissional, que pode ser um psicólogo ou um psiquiatra e seu paciente.
A Psicoterapia utiliza um conjunto de técnicas e meios para analisar e intervir nos problemas emocionais , comportamentais, e em transtornos mentais. Como o termo “psico” também significa alma, pode-se dizer, etimologicamente, que diz respeito ao tratamento da alma.
Partindo deste entendimento poderemos analisar, ou entender melhor as ações de um terapeuta que transcende todas as ciências fundamentais, abstratas, especializadas, combinadas e aplicadas.
Seus feitos respondem, às mais profundas indagações filosóficas.
Falou e ensinou como quem trazia em si autoridade própria e não como os mestres da lei, que de si mesmos pouco tinham.
Ele, em seus ensinamentos tratou e trata dos recursos plásticos da mente, como o conhecimento do passado – telepatia – ou acontecimentos que tiveram lugar anteriormente e se encontram gravados nas mentes das pessoas envolvidas na manifestação de seus atos de cura e restauração de corpos e almas.
Evidenciou o conhecimento de ocorrências no mundo exterior para além de fatos e situações (clarividência), sem o contato com impressões sensoriais e percepção do futuro (presciência).
O foco de nosso arrazoado é o Cristo, o iniciador da mais pura moral evangélico cristã, que veio para libertar o homem das amarras de si mesmo, livrando-o de se tornar refém de suas inferioridades.
Assumiu-se como criatura humana, embora as evidências o prenunciassem como Senhor, Messias, Filho de Davi, Santo de Deus, Profeta, Mestre, Pastor, Nazareno – trazendo consigo a missão de concretizar o Reino de Deus, um Reino de vida plena, em meio às criaturas humanas.
No ano da era cristã 28, João, o Batista, já estava pregando os novos tempos, e provavelmente, nesse mesmo ano, Jesus dava início à sua vida pública.
O evangelho de Lucas afirma que Jesus tinha 30 anos quando começou a pregar.
Saiu pela Galileia, no roteiro entre Nazaré e Cafarnaum, daí para a Judéia. Rumou para o norte, indo até Tiro e Sidon, ou a Decápolis, na Samaria, à região dos Gerasenos, à leste do lago de Tiberíades.
Por toda parte acentuava que não veio derrogar a lei, mas cumpri-la. Ante certas práticas, age diferentemente quanto à observação do sábado, destacando o cumprimento dos mandamentos essenciais referentes ao amor de Deus e do próximo.
Falou sobre a lei, imperante em sua cultura (a judaica) com autoridade, reivindicando o direito de a corrigir.
Levou-a mais longe: “Ouviste o que foi dito...Eu, porém, vos digo(...). Isso assustou, porque a palavra de Moisés era considerada expressão privilegiada, por ser a própria palavra de Deus.
Revolucionando padrões, Jesus exortou a tudo deixar para O seguir.
Reivindicou uma relação única com Deus, a quem chamou Pai, embora não se auto denominasse Filho de Deus, mas seu comportamento e palavra o revelavam.
Agiu contrariamente ao judaísmo: comeu com os publicanos, sofreu humildemente, morreu na cruz, como criminoso.
Pregou o Reino de Deus, que estava próximo, não como um território, não com aparência exterior. Nem poder – se– ia dizer: está aquí.. ou está ali... pois o Reino de Deus, afirmava, está dentro de vós... É gratuito...é a boa nova.... Não está distante....Começa já, com a alegria de ser perdoado... Espera por todos nós...Resta que o homem o acolha. E ele o fará , quando tiver a consciência esclarecida pela razão.
O apelo recorrente à consciência: “que queres de faça”, “queres ser curado”, “a sua fé te salvou”, “vá e não peques mais para que não te aconteça coisa pior”, ou mesmo nas categóricas “ele apenas dorme” , “eu trago a água viva”, focam o despertar da razão e da sensibilidade para as realidades da vida.
O despertar para a realidade é apanágio do exercício fundamental da psicoterapia e neste quesito, Jesus, o Cristo de Deus se destaca como o maior psicoterapeuta de todos os tempos.
(Elzi Nascimento – psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta – pedagoga – especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com. Elas escrevem no DM às sextas-feiras e aos domingos. E-mail: iopta@iopta.com.br (062) 3251 8867)