Embora já tivesse conhecimento dos efeitos nocivos e devastadores do cigarro, vício que abandonei, espontaneamente, ainda na adolescência, por julgá-lo incompatível com o meu modo de ser e de viver, fiquei contente com uma série de reportagens da Rede Globo de Televisão levadas ao ar, há alguns anos, tratando desse assunto, que tem causado grandes males à família brasileira e, principalmente, aos jovens, com doenças respiratórias e câncer de pulmão. Mas o que é pior e lamentável, para não dizer uma grande falta de respeito e educação, são os que usam o cigarro dentro de sua própria casa, prejudicando seus familiares e aos seus amigos quando os visitam em suas residências, além de fumarem em locais públicos, como terminais de ônibus e lugares fechados, como restaurantes, churrascarias, bares, entre outros. Ao assim procederem essas pessoas demonstram o quanto são egoístas, procurando satisfazer o seu prazer, embora maléfico, pouco se importando com quem está ao seu lado, afrontando o bom senso, a civilidade e contrariando as leis que tratam dessa matéria. É de pergunta-se: já que o Brasil é tão grande, com mais de oito milhões e quinhentos mil quilômetros quadrados, com campos, veredas, montanhas, vales, matas e rios, por que os contumazes fumantes não vão para esses lugares para praticarem seu vício, deixando seus vizinhos em paz? Além disso, os adeptos do tabaco infestam os hospitais públicos com suas doenças, causando enormes prejuízos aos governos federal, estaduais e municipais e, consequentemente, ao povo, que poderia beneficiar-se das verbas públicas em outras áreas, inclusive reforçando o deficitário caixa do SUS, já tão sobrecarregado de encargos para o atendimento, ao tempo e à hora, ao mais necessitados, especialmente aos pobres aposentados que, na sua grande maioria, ganham o salário mínimo, bem com as mulheres e criança em estado de vulnerabilidade. Pensar nesse problema e tentar amenizá-lo é um gesto cristão e humanitário.
Impõe-se dizer que, com boa vontade e determinação, é possível abominar o cigarro que, em certa ocasião, o saudoso mestre e amigo doutor Waldyr do Espírito Santo Castro Quinta, em artigo publicado na extinta Revista Oásis, chamou-o como “o pequeno tirano”, logo ele que foi um fumante inveterado durante quase toda a sua existência, levando-o à morte, já em idade avançada, quando abandonou esse vício maldito, de que tanto se queixava, embora tardiamente.
Na minha família, com raríssimas exceções, quase ninguém fuma, aqui incluídos pais filhos e netos, não carregando em seu organismo os efeitos danosos desse mal perverso – a prática de fumar –, com as bênçãos de Deus.
Fica, aqui, o exemplo para quem quiser nele se espelhar. Asseguro que se dará bem, com mais vontade de viver, com saúde, alegria e tranquilidade, que é o maior presente que o nosso Pai Maior confere aos seus filhos muito amados.
(Sisenando Francisco de Azevedo, advogado, escritor, historiador, articulista do DM e membro da Associação Goiana de Imprensa – AGI)