Inaugurado em 1976, na época do então governador Irapuan Costa Júnior, atual secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, o Distrito Agro Industrial de Anápolis (Daia) tem, ao longo de sua história, um papel importante no contexto da economia goiana. Naquela época, éramos meros produtores de produtos in natura. Ou seja, tínhamos pouca capacidade de agregar valor à produção.
A criação do Daia ensejou a criação de mecanismos de incentivos fiscais com o objetivo de atrair capital e, consequentemente, alavancar a geração de empregos, renda e divisas. Tivemos inicialmente o Fomentar e, depois, o Produzir, que veio num momento em que o Estado começou a despontar no setor industrial. Desde então, não parou mais. Para se ter uma ideia, o Valor Adicionado da Indústria, na conformação do PIB de Goiás, no ano de 2000, era de cerca de R$ 6,42 bilhões. No ano de 2015, subiu para mais de R$ 37,8 bilhões, representando um incremento de mais de 488%. Quase que multiplicamos por cinco o valor do PIB Industrial em uma década e meia, apenas.
O Daia teve e continua tendo um papel de relevo no contexto da indústria e da economia de Goiás. Daí, nossa permanente preocupação em mantê-lo cada vez mais dinâmico e atrativo. Dentro deste pensamento, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), realizou, em 2014, um seminário para debater os problemas enfrentados pelas empresas, empresários e trabalhadores. Discutimos uma extensa pauta com autoridades municipais, estaduais e federais. E, a partir dali, começamos a monitorar os resultados. Tivemos muitos avanços. No entanto, alguns problemas não foram solucionados ou tiverem resolução parcial.
Dentro do diagnóstico levantado, a questão da regularização fundiária foi uma das abordagens, seguida de uma grande preocupação por parte dos empresários. Felizmente, este assunto não ficou esquecido. E, dada a sua complexidade, foi necessário muito estudo, muitas reuniões técnicas, muitas tratativas envolvendo a Municipalidade, o Governo de Goiás e as entidades classistas como a própria Fieg, os Sindicatos das Indústrias, a Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) e o respaldo de lideranças políticas, além do empenho do Ministério Público e da Câmara Municipal, para que enfim chegássemos a um desfecho desta questão.
Recentemente, num café da manhã no Denali Hotel, pudemos celebrar a assinatura da Certidão de Regularização Fundiária do Daia. Ressalte-se que, na época da fundação do Distrito, os imóveis não tinham o registro e esta situação perdurou por décadas e colocou obstáculos às indústrias, em determinadas situações, de obter créditos em instituições financeiras para ampliar suas plantas colocando o bem em garantia. Essa situação deixará de existir, graças a união de esforços que houve em torno deste problema.
O governador José Eliton e seu antecessor, Marconi Perillo; o prefeito Roberto Naves e a sua equipe; o presidente da Câmara Municipal, Amilton Filho e os seus pares na Casa; a Acia; a Fieg, através da Regional Anápolis e dos Sindicatos das Indústrias; as lideranças políticas (que não nominarei para não incorrer em algum esquecimento) e os empresários do Daia, todos, indistintamente, são vencedores nesta luta árdua. São todos merecedores de reconhecimento perante a sociedade anapolina e goiana. Aprendi no Rotary e carrego este lema na minha vida classista e empresarial, que só o trabalho em grupo gera resultado. Portanto, é extremamente gratificante ver este resultado da regularização fundiária do Daia como um bom exemplo da prática do voluntariado e da união. Temos um resultado efetivo que, conforme enfatizou o prefeito Roberto Naves em seu discurso naquela oportunidade, significará aportes de bilhões na economia, através dos investimentos que as indústrias farão nos próximos anos, por terem agora mais segurança jurídica no ambiente de negócios.
Enfatizo, mais uma vez, que o Daia é uma engrenagem fundamental do desenvolvimento econômico de Goiás e, em especial, de Anápolis. E, com ideal e espírito público, vamos continuar trabalhando dessa forma, em conjunto, para que tenhamos novas e importantes conquistas.
(Wilson de Oliveira, empresário, vice-presidente da Fieg, presidente da Fieg Regional Anápolis e do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Anápolis – SindAlimentos)