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OPINIÃO

Trilhas para o desenvolvimento

Uma no­va tri­lha pa­ra o de­sen­vol­vi­men­to do Bra­sil e do Es­ta­do de Go­i­ás de­ve ser fun­da­da em no­vos mo­dais de tran­spor­tes de car­gas e de pas­sa­gei­ros. He­ge­mô­ni­ca des­de à épo­ca de Jus­celi­no Ku­bist­check, com o Pla­no de Me­ta, 50 anos em cin­co, a ma­lha ro­do­vi­á­ria, re­fém das corpo­ra­ções trans­na­cio­nais das in­dús­tri­as au­to­mo­bi­lís­ti­ca, de au­to­pe­ças, de pneus, mo­vi­da pe­los car­té­is dos com­bus­tí­veis fós­seis, con­tro­la­das pe­los Es­ta­dos Uni­dos das Amé­ri­cas, es­tá ul­trapassa­da. ‘De­mo­dé’. Po­lu­en­te. Ana­crô­ni­ca. É es­tra­té­gi­co pa­ra um Pa­ís de di­men­sões con­ti­nentais a ado­ção dos sis­te­mas Hi­dro­vi­á­rio, Fer­ro­vi­á­rio, Ae­ro­por­tu­á­rio. Com o re­cur­so à tec­no­lo­gi­as de úl­ti­ma ge­ra­ção e fon­tes de ener­gi­as re­no­vá­veis, que não de­gra­dem o meio am­bi­en­te.

Res­pon­sá­vel pe­lo mai­or bo­lo do PIB Na­ci­o­nal, o Pro­du­to In­ter­no Bru­to, a so­ma de to­das as ri­que­zas pro­du­zi­das pe­la na­ção, o Agro­ne­gó­cio pre­ci­sa re­a­de­quar-se aos no­vos tem­pos. Co­mo? Im­pe­dir a des­tru­i­ção do so­lo. Além de não pro­mo­ver de­sem­pre­go em mas­sa. As­sim co­mo exe­cu­tar po­lí­ti­cas eco­nô­mi­cas pa­ra man­ter o ho­mem no cam­po. Mais: es­ti­mu­lar a ma­nu­ten­ção, con­ser­va­ção das ve­lhas e tra­di­cio­nais Es­co­las Ru­ra­is. Em tem­po: es­ti­mu­lar a cri­a­ção de uni­ver­si­da­des nas re­gi­ões do in­te­ri­or. Nos múl­ti­plos rin­cões do Bra­sil. É o ca­mi­nho pa­ra o la­ti­fún­dio con­tri­bu­ir pa­ra a er­ra­di­ca­ção da mi­sé­ria so­ci­al. De sua cha­ga ime­di­a­ta, o anal­fa­be­tis­mo. Qua­dro cul­tu­ral que im­pos­si­bi­li­ta a mo­bi­li­da­de so­ci­al. De mi­lhões & mi­lhões.

Po­lí­ti­cas ma­cro­e­co­nô­mi­cas de­vem re­to­mar o en­saio de rein­dus­tri­a­li­za­ção do Bra­sil. Co­mo ana­li­sa o ci­en­tis­ta po­lí­ti­co da Uni­ver­si­da­de de São Pau­lo, An­dré Sin­ger.  Ace­le­rar a re­to­ma­da do cres­ci­men­to eco­nô­mi­co do se­tor se­cun­dá­rio da eco­no­mia. Com fo­men­to do Es­ta­do. Me­didas Keyne­sia­nas. Pa­ra a ele­va­ção do PIB. Da ar­re­ca­da­ção de im­pos­tos, ge­ra­ção de em­pre­gos, ren­da,  di­rei­tos. In­dis­pen­sá­veis pa­ra o exer­cí­cio da ci­da­da­nia per­di­da. Bas­ta ver os in­di­ca­do­res eco­nô­mi­cos de 2018: 27,7 mi­lhões de de­sem­pre­ga­dos; 36 mi­lhões no mer­ca­do de tra­ba­lho in­for­mal ou in­vi­sí­vel; 14,5 mi­lhões em uma si­tu­a­ção de vul­ne­ra­bi­li­da­de so­ci­al; o dó­lar su­pe­ra, ho­je, R$ 4,00; eu­ro em va­lo­res es­tra­tos­fé­ri­cos e ju­ros al­tos que ini­bem o in­ves­ti­men­to in­ter­no.

O se­tor ter­ci­á­rio da eco­no­mia pro­duz de­sem­pre­go. Em mas­sa. O BNDES e ban­cos de fo­men­to do Es­ta­do ne­ces­si­tam es­ti­mu­lar a cul­tu­ra do em­pre­en­de­do­ris­mo. A cri­a­ção de no­vos ne­gó­ci­os. É fun­da­men­tal dar um bas­ta na cul­tu­ra pa­tri­mo­ni­a­lis­ta, que es­ten­de os ví­ci­os da vi­da pri­va­da pa­ra a ob­ten­ção de be­ne­fí­ci­os pú­bli­cos. Aca­bar com o des­pre­zo ao re­pu­bli­ca­nis­mo. O ca­mi­nho é a Éti­ca na Po­lí­ti­ca. Li­qui­dar o des­vio de re­cur­sos pú­bli­cos, do erá­rio, pa­ra bol­sos pri­va­dos. Es­cân­da­los de cor­rup­ção, de nor­te a sul, do Oi­a­po­que ao Chuí, que de­ses­ti­mu­lam o elei­tor a par­ti­ci­par da vi­da po­lí­ti­ca na­ci­o­nal. No­vos ru­mos. É o que que­re­mos. O ca­mi­nho es­tá aber­to. Pa­ra o fu­tu­ro. Um no­vo Bra­sil é, sim, pos­sí­vel. Bas­ta crer. So­nhos, acre­di­te ne­les!

(Jac­que­li­ne Cu­nha, gra­du­a­da em Pe­da­go­gia, mes­tre em Ci­ên­cias da Edu­ca­ção e dou­to­ra em Edu­ca­ção. Con­sul­to­ra da ONU, Na­ções Uni­das, no su­des­te da Ásia, o Ti­mor Les­te)

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