Eis que descemos da moto e paramos em frente a um pequeno santuário ecológico no Setor Universitário, cuja flora é sui generis, com plantas exóticas e várias obras de arte espalhadas no meio daquele quadrante.
Eram cinco horas da tarde e o sol começava a declinar no horizonte e havia o céu azul como cenário de fundo e eis que surge a imponente fachada do Diário da Manhã.
Volpato e eu adentramos o portal daquele santuário que fora erguido desde a década de sessenta por mãos habilidosas e calejadas da construção civil. Ao passar pelos portais daquele lugar, percebemos que a atmosfera era leve, ar puro, de paz e harmonia cósmica.
Os passáros nos receberam com sua sinfonia vespertina nos dando boas vindas aquele lugar aprazível, especial que refletia uma energia salutar e benéfica à alma.
Fomos adentrando e conhecendo o jardim que parecia um oásis dentro da grande metrópole de Goiânia. Aquele pequeno santuário nos proporcionou um bem estar. Ele é mágico e misterioso, pois guarda todo o conhecimento da informação, veracidade dos fatos do cotidiano da cidade. Ele guarda a história de um povo, de sua cultura, de suas crenças e cidadania diacronicamente. Ele é um arquivo vivo do jornalismo do Cerrado.
O santuário do Diário da Manhã é um jardim especial que contrasta com a cidade conturbada, agitada, violenta e barulhenta com todas as mazelas sociais de uma capital goiana.
Ele prefigura um lugar extraordinário, onde qualquer cidadão pode entrar e se refugiar sob as árvores frondosas, palmeiras imperiais, majestosas e se deleitar escutando o som das águas calmantes, das cascatas que escoam das pedras num burburinho relaxante e nos convida a parar e ver cada detalhe harmonioso de rara beleza em plena selva de pedra.
Nossa visita ao pequeno santuário do Diário da Manhã ocorreu durante algumas horas, mas que se perpetuou em nosso inconsciente,cujas memórias serão indeléveis por causa do ambiente agradável, cuja energia era de acolhimento, de reflexão e de introspecção.
O santuário do Diário da Manhã estava ali diante de nossas retinas e tivemos o privilégio de conhecê-lo, entrar e ver o que a natureza nos revela, nos transmite, nos ensina, porque ele foi plantado no meio do caos urbano, no coração do Centro-Oeste.
A visita ao santuário do Diário da Manhã foi um despertar, um momento de comoção, de emoção porque sentimos a vida pulsar numa orquestração poderosa, magnífica da natureza.
Fomos conhecer aquele lugar que fora idealizado, planejado e construído pelo grande líder da mídia goiana sr. Batista Custódio, pioneiro da informação, do jornalismo, cujo compromisso sempre foi com a verdade dos fatos, com a ética, dignidade, humanidade no contexto sóciocultural e político.
O nosso muito obrigado por esse legado do pequeno santuário. E rendo-lhe um tributo ao homem, ao jornalista e cidadão que tem se destacado e lutado com coragem e bravura para informar a sociedade com seriedade na contemporaneidade e principalmente no contexto globalizado.
(Milena Maria Goulart, escritora)