Durante vinte e oito anos venho aprimorando meus conhecimentos no que diz respeito aos casais em crise que me procuram para tratamento psicoterápico. O número é cada vez mais crescente quando escutamos um e outro (ele e ela) e encontramos que uma das principais causas de conflitos entre eles está o álcool quase sempre em primeiro lugar.
Minha experiência, inclusive com o álcool, não me deixa dúvidas de que, principalmente, no momento atual em que vive nosso País, o consumo de álcool entre adolescentes e até mesmo pré-adolescentes, vem aumentado de maneira assustadora.
Sabemos que o álcool é também uma droga (em minha experiência profissional e pessoal a pior droga é o álcool – qualquer pessoa tem acesso) e seu uso contínuo e precoce pode desencadear grandes prejuízos para quem dele faz uso.
Não é a primeira vez que os leitores de meus artigos nesse conceituado jornal pedem para escrever sobre esse assunto, tendo como início a edição de um livro intitulado: Alcoolismo: Uma Reflexão Psicoespiritual da Doença, editora Kelps, com edição esgotada e sua reendição atualizada e revisada com novo título: Reeducando nossos vícios, aguarda patrocinadores (rsrs).
Artigos como: Alcoolismo Universitário, “Álcooanorexia” (pessoas que bebem e não comem), Álcool-depressão-obsessão, Alcoolismo: Uma Doença Silenciosa tiveram suas repercussões e com certeza atingiu seu principal objetivo: tentar esclarecer o público sobre essa terrível doença, que tem ceifado centenas de pessoas e separa outras centenas de casais.
Abrir a mente à luz e o coração ao amor, albergando a família padecente dos homens, de que fazemos parte, é o impositivo do Cristo para todos os que creem e, especialmente, para os espiritualistas, que possuímos os antídotos eficazes contra obsessões e obsessores, com o socorro aos obsidiados e seus perseguidores, sob a égide de Jesus.
O alcoolismo cada vez mais se torna um grave problema de natureza social, Médica, Psicológica e Psiquiatra, que requer urgência em sua assistência, assim como afeta e corrói a sociedade, em detrimento de seus prejuízos morais, orgânicos, emocionais e mentais.
O consumo de álcool envolve crianças mal orientadas, jovens em desalinho de conduta, adultos e idosos instáveis, gerando altos índices de intoxicação aguda e subaguda em todos, como consequência da facilidade como pode ser consumida, por fazer parte do status da sociedade contemporânea, repetindo o que já ocorrerá no passado.
Podemos dizer que todos aqueles que têm como hábito a bebida alcóolica, pode e deve ser considerado um alcoolista, entretanto, vários são os tipos de alcoolistas: os que bebem todos os dias e não se embriagam; os que bebem somente final de semana; mas compulsivamente; os que bebem diariamente e se embriagam; os que já perderam o controle sobre a bebida – aqueles que não mais bebem; mas são bebidos pelo álcool, etc., e cada um desses tem as explicações sobre o porquê bebem e ainda justificam a “necessidade” de beber e, ainda tentam convencer-se, que jamais se tornará um alcoolista e que para a hora que quiser – grande ilusão.
Muitas mulheres que me procuram com algum tipo de conflito na relação com marido ou namorado vêm por vários motivos; mas o mais relevante é que seu parceiro tem dado maior valor à bebida do que a ela mesma.
Sabemos que em quase todas as reuniões ditas sociais o álcool está sempre presente e cada vez mais precoce na vida de homens e mulheres.
Falamos ou ouvimos muitos comentários sobre o crak, a maconha, a cocaína e outras drogas; mas pouco se tem preocupado com excesso do consumo de álcool entre os jovens e adultos.
Não podemos negar que na última década o número de mulheres alcoolistas tem aumentado de maneira assustadora. O álcool deixou de ser uma bebida de “homem” para se tornar uma bebida consumida por todos, não importando o sexo, a idade ou posição social. A Lei que diz: “Proibida a venda de bebida alcoólica para menores” só fica no papel, se me permitem as leis no Brasil foram feitas para não ser cumprida – isso, infelizmente é um fato.
Como escrevemos no livro acima citado, o álcool é uma doença silenciosa, progressiva e processual.
Como espiritualista e estudioso do Espiritismo Científico, é também fato que, muitas pessoas que fazem uso do álcool, o fazem acompanhados de irmãos desencarnados (alcoolistas durante sua vida na terra), portanto, nesse caso, não é mais a quantidade de álcool ingerido; mas a porta que se abre para o processo obsessivo, independente da quantidade, o bebedor perde de imediato o controle sobre si mesmo e se deixa entregue a desequilíbrio de toda ordem, onde fatores orgânicos, psíquicos e espiritual se potencializa.
O nosso artigo não tem como finalidade recriminar quem bebe ou a ingestão de bebida alcóolica; falo aos meus pacientes que é prazeroso tomar uma “cervejinha” com os amigos, embora não temos uma regra para uma dosagem que não venha prejudicar a pessoa que bebe, mas tentar mostrar que muitas pessoas são “alérgicas” ao álcool e seus relacionamentos amorosos pode ser comprometido.
Embora Goiânia tenha vários parques e áreas de lazer, a maioria só pode ser frequentado durante o dia, restando para as noites os bares, botecos e boates, as consequências tem sido danosas.
Temos que a “síndrome de final de semana”, ou seja, durante a semana estamos envolvidos com nosso trabalho e estudos (quem estuda claro), mas quando chega sexta feira ou finais de semanas prolongando (fato cada vez mais comum em nosso País – o País dos feriados), pessoas se desesperam com receio de ficar consigo mesmas e procuram desesperadamente uma maneira de ocupar o tempo e evitar a solidão: fugimos então nas reuniões entre “amigos” regradas a álcool, aumentando, em consequência, o número de estupros, espancamento no lar, suicídio, uso de outras drogas, etc.
Num País de corruptos, mentirosos, ladrões, enganadores, analfabetos, etc, temos todos os motivos para nos embriagar; entretanto, estamos todos os dias vendo as manchetes onde jovens morrem ingerindo bebida alcóolicas em festas.
Também é fato que se colocarmos no papel os prejuízos causados pela ingestão de bebidas alcóolicas e de outro lado colocarmos os ganhos (se é que existe) veremos que os prejuízos são sempre a maiores.
Finalmente, devemos sempre lembrar que existe muitas maneiras de ajudar os dependentes de álcool; mas nenhum método será eficaz se não existir amor. Pois somente a consciência da doença é capaz de alertar o doente para buscar ajuda; mas podemos ajudar o doente (falamos que há vários tipos de alcoolistas) a despertar a consciência dos males que ele está causando em sua vida; mas cobrar é, em minha experiência, o pior caminho. Somente a adulto, como indivíduo, é senhor de seu próprio barco, diretor de seu destino.
(Dr. José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico. Artista plástico, prof. Educação Física. Especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo. Escritor e palestrante. Watsapp – 984719412 – Cons. 36454010 e 4020 Email: rabelojosegeraldo@yahoo.com.br e/ou rabelojosegeral[email protected])