- Chegamos a Santa Luz às 10:30h, entrando à direita, antes de chegar a Cristino Castro, ex-Nova Lapa. Vamos direto à residência de Tia Tereza. Ela completou 83anos, e está lúcida. Apenas a vista lhe dificulta um relacionamento mais estreito. A Adeci, esposa do Pinheiro, nos leva para sua casa – casa bem construída e bem mobiliada. Irene, também ex-Prefeito, ‘faz a sala’.
A família é, praticamente, a fundadora e construtora da cidade. A não ser uma administração, todas as outras sempre estiveram nas mãos da nossa família. Agora mesmo, o candidato a Prefeito é neto de Tia Tereza, filho de Adaci e Pinheiro. Logo se organiza um mutirão, e o almoço sai rápido: Frango ao molho pardo, farofa, arroz, carne-de-sol, e outras iguarias do gênero. A matriarca, Tia Tereza, faz a sesta. 2. Vou à Igreja, a maior do sul do Estado, no Centro da praça, - motivo de orgulho da Cidade. É dedicada a São Francisco da Assis.
- La Salete, neta de Tia Tereza, 29 anos, quer fazer o Curso de Farmácia. Prometo ajudar. E me comprometo a enviar informe sobre o vestibular, em Goiânia.
- Deixo uma lembrança com Tia Tereza, - uma bandeja de prata.
- Voltamos às 15:00h, deixando para traz uma paisagem cinematográfica que, até hoje, não foi explorada, artisticamente.
- Decido voltar pela Fazenda “São Romão”. Após a “Ponte dos Sonhos” sobre o Rio Gurgueia, paramos uns poucos minutos na propriedade do Primo José Borges, filho de Tio Miguel, irmão de Mamãe. Ele é fabricante de cachaça, e tem plantação de coco da praia, ou coco da Bahia.
- Seguimos em frente, após autografar meu livro para a prima que faz Direito, sua filha.
- Na Fazenda “São Romão”, onde Tio Nélson morou, e local de sua tragédia, faço breve parada. Aqui, Tio Nélson sofreu a maior injustiça de toda a sua vida: Por artes de Manoel ‘Boca Boa’, foi injustamente acusado de ‘mandante de homicídio’, episódio que levou Vovô Francisco a se mudar, com toda a Família, de Bom Jesus, para o Peixe Canguassu, com todos os filhos e netos. Morreu e foi sepultado em Porto Nacional, hoje Estado do Tocantins. Passo pela ‘Malhadinha’, pelo ‘Pinga’, pelo ‘Xixá’, - por onde andei tantas vezes, na infância e na adolescência: a pé e a cavalo. Também passo pelo ‘Mira Mar, do Velho Antônio José, hoje de Joaquim Borges, meu primo, filho de Tio Miguel.
- Jantar na casa de Joaquim Borges, especialmente preparado, com Abadia, meu presente: Uma bandeja de parta.
Joaquim vai, na madrugada de amanhã, a Teresina, para contratar um arquiteto a fim de fazer a planta de sua nova residência, no ‘Mira Mar’.
Dia 24, Quarta-feira - Saímos cedo. Vamos a Palmeiras. Mas nosso destino é Uruçuí, para visitar o túmulo de Tia Chiquinha.
Em Palmeiras, constato que Valdeci nada providenciou do que lhe encomendei, a cerca do Cemitério, a pintura do túmulo de Mamãe. Walter se dispõe a ficar para pintar o túmulo, e coordenar os trabalhos de roçagem, capina e cerca do cemitério. Valdeci também fica para arrumar o pessoal do trabalho. Mando preservar a altaneira cumaçari, que também chamam de catinga de porco. E mais algumas árvores menores, dentro e fora do Cemitério.
Dispostas, assim, as coisas, vamos ao Uruçuí: Abadia, Eu e o Zizinho, parente nosso. Belo espetáculo, na subida da serra e na sua descida. Monumentos arqueológicos, talvez quase tão belos que ‘Sete Cidades’.
Vamos direto a Sussuapara, onde reside Oséas, primo de Mamãe. Ele está magoado com ao assassinato de seu filho de criação.
- “Senti mais que a morte de meu pai”, - diz, consternado.
(Licínio Barbosa, advogado criminalista, professor emérito da UFG, professor titular da PUC-Goiás, membro titular do IAB-Instituto dos Advogados Brasileiros-Rio/RJ, e do IHGG-Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, membro efetivo da Academia Goiana de Letras, Cadeira 35 – E-mail liciniobarbo[email protected])