A disfagia é o termo que se refere à dificuldade de engolir, é a sensação do alimento “parado” na garganta. Ela provoca tosse, engasgo e dificuldade para mastigar, podendo levar à desnutrição, à desidratação e, nos casos mais graves, até à morte.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, a principal causa de morte é o acidente vascular encefálico (AVE) e a complicação mais frequente dessa doença é a disfagia, seja na fase aguda ou de recuperação.
A disfagia pode ser decorrente de outras doenças neurológicas como Alzheimer, Parkinson ou ainda em decorrência de tumores, más-formações congênitas, síndromes neurológicas, traumatismos crânio encefálicos (TCE), traumas de face, queimaduras ou pelo processo de envelhecimento – neste caso, denominada presbifagia.
Fique atento quanto às questões a seguir e veja se você se identifica: Meu problema para engolir me faz perder peso? Meu problema para engolir não me deixa comer fora de casa? Preciso fazer força para beber líquidos? Preciso fazer força para engolir comida (sólidos)? Preciso fazer força para engolir remédio? Dói para engolir? Meu problema para engolir me tira o prazer de comer? Fico com comida presa/entalada na garganta? Eu tusso quando como? Meu problema para engolir me deixa estressado? Se você se identificou, procure uma equipe de saúde: o quanto antes buscar ajuda mais chance de sucesso no tratamento.
Dentro da equipe de saúde, o fonoaudiólogo ocupa lugar de destaque na avaliação e tratamento das disfagias. Esse profissional, além de identificar a disfunção, promoverá métodos e técnicas de intervenção fonoaudiológica adequadas para melhorar sua qualidade de vida. Ele definirá a melhor via de alimentação e a melhor consistência alimentar para cada caso e concederá orientações para a segurança na alimentação.
Confira algumas dicas sobre alimentação segura da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: alimente-se em posição confortável, de preferência sentado, em ritmo e velocidade seguros; evite distrações (conversar enquanto está engolindo, assistir TV, ouvir rádio, permanecer em ambiente barulhento etc.). Se presenciar alguém engasgando, nunca ofereça água ou coloque o dedo na garganta da pessoa – deixe-a tossir e, caso você não seja treinado para realizar manobras de primeiros socorros, procure rapidamente alguém habilitado.
(Ana Paula Alves de Morais, fonoaudióloga, responsável técnica (RT) do setor de Fonoaudiologia do Hugol)