Em nossos dias, aspectos inéditos do entendimento humano emergiram devido à acumulação de enorme quantidade de dados através das possibilidades trazidas pela Internet.
Assusta a gente saber que há máquinas que “aprendem” sozinhas. Adquirem conhecimentos por meios que lhe são inerentes e aplicam esses meios de forma diferente do modo humano de agir.
O mais significativo deles talvez seja a produção da Inteligência Artificial (AI), tecnologia capaz de resolver problemas complexos, utilizando processos que ou se assemelham ou suplantam a capacidade humana.
A ficção cinematográfica tem se esmerado na produção de obras que prendem os afccionados. Para simples reflexão verifique esta retomada em uma breve linha do tempo, dos últimos cincoenta anos... Quem não se viu impactado com: 2001 – uma odisseia no espaço (1968); Guerra nas estrelas (1977); Blade Runner (1982); Matrix (1999); Inteligência Artificial (2001) Interestrelar (2014); Lucy 2014; Jogador nº 1 (2018)... a lista é imensa... trouxemos apenas alguns títulos significativos para esta abordagem....
Dizem os entendidos que as máquinas estão sendo programadas para lidar não apenas com meios para alcançar objetivos predeterminados, mas para lidar com fins, e daí se deduz que são projetadas para estabelecer os próprios objetivos. Isto é impactante... Não é automação.
As novas invenções no campo da tecnologia de informática (TI) embora instáveis, analisam instantaneamente novos dados e os aperfeiçoa. Desenvolvem habilidades como tomar decisões estratégicas, o que se pensava ser condição exclusiva do homem.
O que se vê é o propósito de confirmar conhecimento, acumulando-o, manipulando informações sem contextualizá-las, sem se importar com o significado histórico, filosófico, sem introspecção, sem o prazer de adquirir sabedoria pois o que importa é saber da necessidade prática imediata a ser atendida.
As redes sociais criaram um pseudo status de interação. Fornecem grande volume de opiniões e se distanciam da introspecção.
Há quem use a Internet para evitar a solidão sem lembrar que ela é necessária para propiciar a reflexão, a criatividade.
A febre de velocidade e excesso de dados que caracterizam o mundo digital algorítmico, rico em informações matemáticas, dissociam a criatura da realidade em que vive, isolando-a de si mesma, escasseando a interatividade emocional.
Haverá possibilidade de impedir que a Inteligência Artificial cause danos ou possa diminuir a própria capacidade do homem de evoluir como pessoa? Poderá ela mudar os processos de pensamentos e valores de alguém?
No que se refere aos jogos, onde o computador é preparado para desafiar campeões mundiais e os tem vencido sempre, o que se percebe é o modo de jogar diferente, centrado no objetivo único de ganhar.
O que difere o homem da máquina?
Revelando insistência obsessiva em superar o jogo do outro, as máquinas jogam unicamente para ganhar. O homem, mesmo visando a vitória sempre usou, em todos os tempos, os desafios e recursos dos jogos articulando a arte de pensar.
(Elzi Nascimento – psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta - pedagoga – especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com. Elas escrevem no DM às sextas-feiras e aos domingos. E-mail: iopta@iopta.com.br (062) 3251 8867)