Quando ingressei na Universidade, aos meus dezesseis anos, lembro-me da imensa vontade que tínhamos de ter o direito do voto reconhecido. O movimento estudantil e a juventude se fortaleciam conforme esse desejo crescia. Fomos às ruas determinados em fazer prevalecer um regime democrático que garantisse as diversas representatividades políticas.
Depois de trinta e três anos das Diretas Já e completados agora os trinta anos da Constituição Federal de 88, o voto parece ter menos relevância e valor. O comum é vermos o quão a política está subestimada pela população, mas embora haja uma descrença, vejo uma reação das pessoas e a retomada da esperança quando elas são ouvidas e quando suas participações e vozes são impulsionadas. Propostas claras e viáveis são muito bem recebidas pela população!
De fato, a política é nociva porque os seus agentes a tornaram assim, mas isso não a coloca em um lugar impossível de mudança. Ela ainda é o espaço que possibilita a transformação das realidades, ao passo que a participação popular possui importância fundamental nesse processo.
Um levantamento feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) demonstra que Goiás tem um total de 4.454.497 eleitores aptos a votar no pleito deste ano. As mulheres são maioria, assim como as pessoas solteiras, com nível médio de escolaridade e com idade entre 35 e 39 anos. De acordo com o estudo, 52,4% dos eleitores são mulheres, e os outros 47,6%, homens.
É claro que o olhar para os novos movimentos de mulheres vem tomando força! Várias campanhas políticas, inclusive as de candidatos homens, norteiam suas campanhas para atender e alcançar este público. Contudo, é fundamental que estejamos preocupados com as propostas de todos e que olhemos com atenção às mulheres que se atrevem a entrar nesse reduto ainda tão hostil à elas.
Mas por que o voto importa tanto?
Por que temos a liberdade em ter em quem votar, e esse é o grande espírito da democracia! Votar brancos e/ou nulos invalida nossos anseios e representatividade, mesmo se mais de 50% da população decidir não votar. Ao contrário do que dizem por aí, essa situação não invalida uma eleição e nos deixa de fora da decisão de configuração do pleito seguinte.
Seu voto pode mudar o rumo das cidades e da sua vida! Todos os dias somos atravessados pelas decisões tomadas nas esferas políticas.
O voto importa porque ele significa o poder que conquistamos de decidir, de transformar e de renovar a política. Vote consciente, pesquise! Hoje temos mais acesso às propostas e às histórias de todos os candidatos.
Vamos exercer o exercício cidadão de compartilhar o ânimo e os perfis dos candidatos em que acreditamos significar a mudança. O cenário só muda se a gente muda nossa perspectiva e valoriza o que temos de grande valor: a democracia!
(Jacqueline Vieira, escritora)