O escritor Liberato Póvoa, cujo nome dispensa salamaleques, inicia o artigo “Big Brother, um entulho televisivo sem valor”, publicado dia 14, assim: “Todos os anos a Globo inventa um programa para alienar os imbecis”.
Não vou opinar sobre o programa e sei que alguns dirão que eu sou covarde, que só fico “em cima do muro”, que não quero indispor-me com os telespectadores do programa, mas, é vero, sou leigo, analfabeto, “de pai e mãe” no assunto e não sei nem como são as regras daquele confinamento, pois, de fato, nunca assisti, sequer, meio episódio, não me atrai e algumas chamadas até me parecem cenas de filme pornô, todavia, não estou tão “desligado” assim, lá na minha distante adolescência, nos velhos idos anos 70, li a obra de George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, 1903-50, intitulada “1984” d´onde foi extraído o título “Big Brother”, fato bem escrutinado pelo fenomenal Liberato Póvoa. À época adolescente, fiquei maravilhado com a ficção que me fez pensar no distante ano 2.000, no terceiro milênio, será que eu “sobreviveria”? – lembremo-nos, “estou” na década de 60, 70, quando nós, as crianças, estremecíamos ao ouvirmos os adultos com a ladainha: “A mil chegará, mas, a dois mil não passará”. Morria de medo de morrer queimado na virada do século, ou, milênio, credo-em-cruz, cruz-credo – voltando, George Orwell, em “1984”, mostra sua mestria, antevê como seriam os governos totalitários hodiernos num mundo repleto de câmeras filmando todo mundo em todos os lugares, inimaginável naquela época, afinal, só meia dúzia de emissoras e big-milionários possuíam câmeras, eram caríssimas, importadas, enormes, mais pesadas que um adulto, aliás, nem máquinas fotográficas víamos, fotos só nos álbuns de família, geralmente guardados “a sete chaves”, em cima de guarda-roupas, verdadeiros tesouros, sim, não somente as câmeras eram caras, os rolos de “filmes”, com 12, 24, 36 e 72 “poses”, eram caros também e, depois de “bater” as fotos, toca voltar na loja, onde adquirimos o filme, agora, para “revela-lo”, mais uma “facada” e, tinha o fleche, tudo caro, bem, o misericordioso leitor assíduo já conhece essa mania do escrevinhador ficar dando voltas, rodeios, fazendo descrições prolongadas, excessivamente detalhadas, na maioria das vezes desnecessárias, ainda mais quando conta algo sobre o “seu” passado, nem o senhor “Saudosismo” suporta, sai de perto, então, é melhor eu parar por aqui, não quero estragar a leitura que o misericordioso leitor fará, espero, das duas obras ah, lógico, o artigo do genial Póvoa está disponível no site “dmdigital.com.br”, lembre-se, edição do dia 14. Grato Liberato Póvoa. Até.
(Henrique Gonçalves Dias, jornalista)