Poucos estadistas compõem a lista de líderes nacionalistas que colocam o interesse da nação acima dos seus, e com poucas palavras mas atitudes firmes, conseguem mudar o curso de uma nação para sempre.
"I have only two words to tell you: please go" ("só tenho duas palavras a lhe dizer: por favor, vá"). Foi dizendo apenas isso que Winston Churchill frustrou a expectativa de seus colegas no parlamento inglês, que esperavam dele, então líder oposicionista, um longo, contundente e brilhante discurso contra o então primeiro-ministro do Reino Unido, Arthur Neville Chamberlain, que fora ao Legislativo para se explicar depois do desastrado Acordo de Munique, que fizera com Adolf Hitler, entregando-lhe de mão beijada a região dos Sudetos, em troca de promessa de paz - o que levou Hitler a ocupar o resto inteiro da Checoslováquia e depois quase toda a Europa.
Com apenas aquelas duas palavras Churchill foi fulminante e pôs fim a um governo pusilânime, que sob o pretexto da conciliação, só estimulou a ação do mais sanguinário dos ditadores da história do ocidente. O gordo lorde britânico, com seu indefectível charuto, conduziu seu povo na resistência titânica que mudou o curso de uma trágica história. Este era um estadista. (Estadão).
Estadista, por definição, é uma pessoa versada nos princípios ou na arte de governar, um homem de Estado. Na definição do intelectual e lexicógrafo Antônio Houaiss, é a pessoa versada nos princípios ou na arte de governar, ativamente envolvida em conduzir os negócios de um governo e em moldar a sua política; ou ainda pessoa que exerce liderança política com sabedoria e sem limitações partidárias.
No Brasil, a despeito de escritores de fraca formação intelectual que auto-intitulam-se de ‘jornalistas’ soltarem suas pérolas de resina para afagarem o ego de déspotas que governaram pensando apenas em si, os quais deliberam que têm que ficar ricos, talvez como um remanescente de trauma não superado por aquilo que lhes foi privado em sua infância pobre e que os fizeram decidir pelo dinheiro como ‘deus’. Deste modo, assumem o poder despreparados para ele, usurpando da força outorgada pelo povo, para, nesse momento, contra o povo agir, pisoteando-o, como uma forma de suprir uma vontade subconsciente de estar acima de todos, o que os leva a ficar contra todos.
Um estadista passa pelo entendimento de que o governo é do povo, pelo povo e para o povo, palavras assentadas na Constituição da Quinta República Francesa de 1958 e que ficaram célebres no discurso proferido por Abraham Lincoln, depois da Guerra de Secessão, uma guerra civil sangrenta que dividira a nação.
Conta a história que ele precisou de pouquíssimos minutos - apenas dois - para, em seu discurso em homenagem póstuma aos soldados enterrados no Cemitério de Gettysburg (o Gettysburg Address), dizer que não havia vencedores nem vencidos, mas sim uma nação vitoriosa, o que ele consubstanciaria na 13.ª Emenda à Constituição, abolindo a escravatura.
Um curtíssimo discurso, diga-se de passagem. Em apenas 272 palavras ditas em menos de dois minutos, o presidente Lincoln invocou os princípios da igualdade da Declaração de Independência para definir o final da Guerra Civil como um novo nascimento da liberdade que iria trazer igualdade entre todos os cidadãos, criando uma nação unificada onde os poderes dos estados não se sobrepusessem ao ‘governo do povo, pelo povo e para o povo’.
Ronaldo Caiado em Goiás conseguiu construir uma ampla aliança, que supera os acertos políticos oficiais, para consolidar uma vontade esparsa de líderes de todos os partidos e que o fez chegar ao fim do período eleitoral consolidado para em primeiro turno, assumir o Governo do Estado de Goiás.
Um Governo em que seu antecessor, José Éliton, lhe entregará, na casa dos R$ 20,7 bilhões em dívidas, sendo R$ 20,3 bilhões da administração direta e R$ 370 milhões de empresas estatais, cujo Estado é garantidor. Em 16 anos a dívida do Estado cresceu 156%.
É bom que se frise que nos últimos 16 anos governou Marconi Perillo, e ao que apontam dados oficiais, Goiás ocupa os primeiros lugares no ranking brasileiro de dívida consolidada.
Ronaldo Caiado vem de um tradicional família goiana que se destacou por ocupar espaços de poder político ao longo de suas gerações.
Uma grande atuação política foi a do ex-Senador por Goiás, Antônio Ramos Caiado (Totó Caiado), seu avô, que ficou conhecido por sua luta pela implantação da estrada de ferro em Goiás.
Quando de sua ascensão política como Deputado Federal em 1909, a estrada de ferro estava paralisada em Araguari (MG), sendo que para se deslocar aos grandes centros do país, os goianos tinham que se viajar de cavalo até Araguari, para dali pegar o trem de ferro.
Apesar da posição estratégica e do potencial produtivo de Goiás, somente em 1912 são construídos os primeiros trilhos no território goiano.
Como bom goiano e defensor do progresso do Estado, Totó Caiado, juntamente com outros parlamentares de então, lutou como conseguiu a implantação da Estrada de Ferro Goiás, que em 1913, chegou à Ipameri.
A história da Estrada de Ferro Goiás (EFG) entrelaça-se à história de muitos municípios do Sudeste Goiano e também à de algumas famílias dessa região.
Quando, em 1913, os trilhos vindos do sudeste brasileiro alcançam Goiás, inaugura-se novas possibilidades de integração do território goiano ao mercado nacional e sua abertura ao advento da modernização territorial. A implantação da rede ferroviária viabilizou maior comunicação e interação com o centro econômico do país (Sudeste), alterando, portanto, o paradigma da distância.
Denominada inicialmente Estrada de Ferro Alto Tocantins, foi autorizado o trecho de Catalão, com o objetivo de ligar a cidade de Goiás, então Capital do Estado, a Cuiabá.
A história atesta que em 1930 Totó Caiado foi conduzido preso de Goiás para o Rio de Janeiro e lá permaneceu preso sob palavra, ou seja, não poderia se ausentar daquela cidade. Em seu retorno para Goiás, em 1932, ele foi aclamado em todas as estações da estrada de ferro, não por acaso, mas porque ele mesmo a trouxe para Goiás. O atestado da intervenção de Totó Caiado para o progresso de Goiás vem das mãos do povo, que, acima dos livros, mantêm a história viva.
“Uma das metas do Senador Ronaldo Caiado é pressionar o governo federal, seja qual for o próximo presidente, a concluir as obras ferroviárias em Goiás, que já deveriam ter sido inauguradas em Julho deste ano, mas que estão paralisadas. Essas obras são de vital importância para o desenvolvimento econômico de Goiás, e não podem ficar paradas eternamente. É preciso reiniciar as obras o quanto antes, não só no interesse de Goiás, mas de todo o Brasil”, disse Caiado ao Diário da Manhã. Somente o Governo Federal pode construir ferrovias interestaduais, mas o governo do Estado pode e deve fazer pressão política para que as obras andem”. (Diário da Manhã, edição de 21/09/2018).
Goiás é o ponto de convergência de duas importantes ferrovias que ainda não foram concluídas: a Ferrovia Transcontinental e a Ferrovia Norte-Sul.
Ao ser configurada esta realidade, as ferrovias irão elevar o PIB de Goiás em cifras multibilionárias e colocar o Estado a par de igualdade entre os primeiros do Brasil. Daí a urgência na conclusão da malha ferroviária que obrigatoriamente, terá trilhos no chão goiano.
“O futuro exige passar por um lugar, e esse lugar é Goiás”, Ronaldo Caiado.
Um estadista desenvolve o país que comanda com superação de crises, multiplicação de empregos e renda e o torna uma potência econômica, científica, tecnológica, industrial, agrícola e militar, porque ele restitui a grandeza de seu país.
Não houve nenhum governante que possa ter sido reconhecido como estadista no Brasil. Podemos dizer que tivemos apenas um simulacro de estadista. Refiro-me a Getúlio Vargas, que sujou sua extraordinária biografia de ascensão ao fazer pouco das instituições e abusar de seu poder de mando.
O que se vê atualmente em Goiás é uma grande aliança que conseguiu reunir todos os partidos, através de suas correntes, em um nome de consenso, Ronaldo Caiado. Muitos perderam o bonde, e neste exato momento, muitos outros tentam pegar o bonde andando.
Conforme for a sua gestão como governador, cuja eleição é dada como certa pelos índices das pesquisas em voga, e em primeiro turno, cogita-se o nome de Ronaldo Caiado para disputar posteriormente a Presidência de República, como uma sucessão natural de seu desempenho político.
Vamos aguardar.
(Silvana Marta, jornalista)