Com a chegada aqui pelas nossas bandas do Gran Circus Eleições 2018, não vai faltar divertimento. Até o dia 7 de outubro o picadeiro ficará cheio.
Depois, os espectadores vão ver a porca torcer o rabo, apesar de que do ponto de vista do “politicamente correto”, circo não deve ter animais. Os homens substituíram as feras – se bem que já faz tempo.
Com a girafa perdendo altura e o anão crescendo, por nada o circo arria as lonas. Ainda bem que restaram alguns palhaços, embora sem nenhuma graça. Só piada de mau gosto.
Bons tempos aqueles em que se apresentavam um sujeito engolindo espada, uma mulher escondendo a cobra, a moça puxando o trator com a barba. E a menina na jaula que virava gorila? Enganavam a gente direitinho, e a gente aplaudia. Já não se faz ilusionismo como antigamente.
Os carros de som, as rádios, as TVs, e as redes sociais (a grande incógnita novidade), anunciam:
- Hoje tem espetáculo?
-Tem, sim sinhô.
Os atores desse circo mambembe são de uma falta de criatividade jamais vista. Não interpretam coisa com coisa, como se a gente não entendesse de coisa alguma. Confundem gestão com indigestão.
- E o palhaço o que é?
- É ladrão de muié!
Bem, vou descendo de mansinho da arquibancada, porque se é verdade que alegria de palhaço é ver o circo pegar fogo; vai que um resolve provar que não é lenda, quero estar longe.
O sucesso do Gran Circus Eleições 2018 vai depender do mágico conseguir tirar um presidente da cartola.
Estou pagando pra ver.
Em tempo: só com humor para aguentar tanto horror. E ó, por enquanto, é apenas campanha.
(Iram Saraiva, ministro emérito do Tribunal de Contas da União)