O desembargador tocantinense aposentado e articulista do DM Liberato Póvoa foi uma das vítimas de uma parlamentar federal de robusta plumagem por afrontar o negativismo catatônico do monopólio do poder do Estado de Tocantins. Esse inoportuno repto de governistas de plantão que subjuga as suas vítimas aos seus caprichos à força nos lembra uma dramaturga americana: “A coisa mais imoral é atacar alguém não por suas falhas, mas por suas virtudes”.
A parlamentar acima aludida, inconformada com decisão por ele proferida na Corregedoria Regional Eleitoral, em que a mesma figurava como parte interessada, denunciou-o ao Conselho Nacional de Justiça, alegando que sua conduta era incompatível com o exercício do cargo. Esses protagonistas que ocupam, no mínimo, uma ala conspícua dos seus apaniguados e comparsas, empenham-se com extrema eficácia e total falta de escrúpulos graças a manobras ardilosas de origem escusa e antiga. Como disse um jornalista americano: “Quando a mentira começa a dar volta ao mundo, a verdade sai da cama e começa a amarrar o sapato”. Sem temor, destemido, o ofendido publicou na imprensa tocantinense, no mês de abril do corrente ano, classificando a denunciante como “ardilosa, arrivista, maquiavélica e volúvel”.
Não é despiciendo lembrar que a acusadora não obteve êxito por atropelamento de prazos e por ausência de motivos para a sua condenação.
Mas dizem que no Tocantins é assim mesmo. Quem não reza na cartilha dos poderosos é perseguido e alijado da cornucópia do poder, uma prática vil que já ocorreu, também em outros órgãos do estado e até mesmo contra humildes servidores públicos que muitas vezes, são transferidos para municípios distantes de sua lotação, bem longe das suas famílias. Esse é o barro, como diria Teotônio Vilela.
Esse ourives palavra e magistrado onómata, com mais de vinte livros publicados nas searas da literatura e da magistratura, comunga com a velha frase de Churchill: “Entre a desonra e a guerra, vou ficar com a guerra”. Na política S.A, a amizade, tão macunaímica, não tem mesmo nenhum caráter. Essa prática nefasta está deteriorando a política e a justiça. Está se perdendo a cerimônia, disse o ministro Sepúlveda Pertence. Por isso vale citar na esquina da perplexidade uma passagem do Rei Lear, de Shakespeare: “É uma praga dos tempos quando os loucos guiam os cegos”.
A vindita sempre retorna ao espelho, inexorável e implacável. O desembargador Liberato Póvoa por não navegar nas águas da maldade da turba sequiosa de fel foi jogado no meio do mar com cardumes de tubarões nos nados da vingança e do ódio, oferenda que os fortes impõem aos mais fracos. Como disse o compositor Chico Buarque no seu último disco, A caravana: “A raiva é filha do medo e mãe da covardia”. O seu exílio em Goiânia o tornou maior do que era, avultou-se no aconchego dos seus amigos e da sua vasta clientela.
Os aplausos que vem recebendo pelo seu brilhante trabalho como jurista e articulista do DM o levaram a decidir a se candidatar a deputado estadual, com grande possibilidade de ser eleito, mercê do seu vasto círculo de amizades e de alianças que vem realizando em vários municípios do Estado de Goiás.
(Edvaldo Nepomuceno, escritor)