Você dorme bem ou mal? O teor da sua reposta define o seu grau de liberdade enquanto encarnado neste Planeta.
Dormir é sair da prisão, é ficar livre no mundo real e verdadeiro, o mundo espiritual. Por aqui o Espírito estagia em períodos rápidos. Coloca em cheque, a cada retorno à vida corporal, suas conquistas e qualidades. Vê-se preso às faltas do passado ou libera-se aproveitando o tesouro das horas na reconstrução do próprio destino.
A tendência instintiva do Espírito que anseia por voltar ao seu mundo de origem encontra respaldo no sono e nos sonhos. Acontece assim porque a vida na Terra ou em qualquer mundo material é apenas uma etapa provisória de aprendizado. A verdadeira vida continua, eternamente, no espaço, local da vida definitiva. Assim se explica esse anseio pela libertação.
Quanto mais grosseiro for o corpo, maior o desejo de livrar-se do seu invólucro. Muitos acham que a alma repousa, durante o sono. Isso não acontece porque o Espírito jamais fica inativo.
Durante o sono os laços que o prendem ao corpo se afrouxam e não precisando o corpo de sua presença, o Espírito se lança no espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos. Julga-se da liberdade do Espírito, durante o sono, pelos sonhos.
Quando o corpo repousa, o Espírito tem mais faculdades do que no estado de vigília; é capaz de se lembrar do passado e algumas vezes prevê o futuro.
Sua potencialidade aumenta e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro. Há lembranças dos lugares e das coisas que foram vistas ou serão vistas, em outra ocasião.
Estando o corpo entorpecido, o Espírito trata de quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro.
Quando dorme, o homem se acha, momentaneamente, no estado em que ficará de forma definitiva, depois da morte.
Espíritos que se desligam logo da matéria, quando morrem, são os que tiveram maior índice de sonhos inteligentes, os que vão para junto dos seres que lhes são superiores; viajam, conversam e se instruem com eles; trabalham em obras que encontrarão prontas, ao morrerem.
Assim, claro está que se treina para a morte, enquanto se dorme; é o que acontece com Espíritos mais elevados. Mas, para a massa dos homens que morrendo tem que passar longas horas na perturbação, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições , ou em busca de gozos mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais vis , mais ignóbeis, mais funestas dos que a que professam.
O que gera a simpatia na Terra é o fato de sentir-se o homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito ou nove horas de ventura ou de prazer.
Também as antipatias invencíveis se explicam pelo fato de sentirmos que os entes com quem antipatizamos têm uma consciência diversa da nossa. Isso também explica o interesse maior ou nenhum, em relação ao que já nos interessou, noutro momento.
Como vemos, o sono influi mais do que supomos, em nossa vida. É através dele que Deus abre a porta para que possamos ir ter com nossos amigos do Céu; é o recreio depois do trabalho.
Não há dúvidas. Diariamente, ao adormecer, nos emancipamos através das inúmeras atividades e encontros oníricos (sonhos).
Essa fuga do corpo físico recebeu a denominação de Emancipação da alma, pelo Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, e para maiores esclarecimentos indicamos a leitura do capítulo VIII, da parte segunda de O Livro dos Espíritos, FEB Editora, 2012, que, em mais de cinquenta perguntas, respondidas pelos Espíritos, traz também comentários pertinentes, caso queira saber mais sobre o sono e os sonhos: a liberdade da alma.
(Elzi Nascimento – psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta - pedagoga – especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com. Elas escrevem no DM às sextas-feiras e aos domingos. E-mail: iopta@iopta.com.br (062) 3251 8867)