No dia 15 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas. A data tem como principal objetivo, como o próprio nome já diz, conscientizar a população sobre a importância de se identificar precocemente os sintomas do linfoma, ajudando a facilitar o seu tratamento.
Mas, primeiramente, o que é um linfoma? É um grupo de diferentes doenças, que têm sua origem em uma célula do sangue chamada linfócito, que, por sua vez, são células responsáveis por proteger o organismo contra infecções e doenças. Os linfomas podem ser do tipo B, T ou NK, o que se refere ao tipo de linfócito que adoece e da fase de amadurecimento em que a célula está no momento em que é reconhecida.
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), em conjunto com a comunidade científica, reconhece mais de 100 subtipos de linfoma. Esses estão divididos em 2 grandes grupos: os Linfomas de Hodgkin e os Linfomas não Hodgkin. O primeiro é pouco frequente e normalmente apresenta mais chances de cura. Já o Não-Hodgkin pode ser mais grave ou difícil de tratar. A diferença entre eles está basicamente nas características das células malignas.
Ainda não são totalmente claros os motivos para o surgimento da doença, o que se sabe é que algumas infecções virais e doenças imunossupressoras estão relacionadas com seu surgimento.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a incidência deste grupo de doenças para o Centro-Oeste durante o ano de 2018 é de 100 novos casos de Linfoma Hodgkin a cada 100 mil habitantes homens e 70 novos casos de Linfoma Hodgkin a cada 100 mil mulheres, bem como 410 novos casos de Linfoma não Hodgkin a cada 100 mil homens e 350 novos casos de linfoma não Hodgkin a cada 100 mil mulheres.
O Linfoma de Hodgkin pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém, costuma ser mais comum em jovens adultos, entre 25 e 30 anos. Dados do INCA mostram que a incidência de novos casos permaneceu estável nas últimas cinco décadas. Já o tipo não-Hodgkin é mais incidente na infância. Segundo Instituto do Câncer, por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos.
Os sintomas da doença podem variar de acordo com o tipo, o local de acometimento, a extensão da doença e o grau de fragilidade do indivíduo. Geralmente, os gânglios linfáticos, o fígado e o baço são os órgãos mais atacados, no entanto, as células cancerígenas podem se instalar em qualquer parte do corpo, como pele, sistema nervoso central, olhos, nariz e órgãos genitais. É importante ficar atento a sintomas como febre, sudorese profusa, grande perda de peso involuntária em pouco tempo e crescimento de gânglios linfáticos (conhecidos como ínguas) devem ser observados.
É necessário ressaltar que o diagnóstico precoce é fator importante para sucesso do tratamento, deve ser feito por médico especialista em hematologia ou oncologia e dependerá de exames de sangue, biópsia do órgão acometido, além de exames de imagem.
Felizmente, o acesso ao métodos diagnósticos e as terapêuticas apropriadas, é uma realidade no serviço público de saúde, na saúde suplementar e nas redes privadas. Nosso desafio, como médico, é compreender melhor a forma como a doença agride o organismo e desenvolver tratamentos cada vez mais eficazes e menos agressivos, garantindo aos pacientes vida, com qualidade de vida.
(Marcela Regina Araujo, hematologista do Hemolabor CRM GO: 11014)