Mandei uma saudade ir embora! Aquela que sentia dos artigos do jornalista Batista Custódio. Sua história está escrita na memória de todos e sempre a vivo nas minhas lembranças. Desde o semanário Cinco de Março que abriu sonhos e trouxe, do seu ventre de martírios, este jornal Diário da Manhã! São dois veículos consagrados e que nunca morrerão na memória goiana por simbolizarem a liberdade de imprensa em seu máximo grau.
Seu criador é um guerreiro invergável em seus ideais. Ambos, o semanário e o diário, foram fechados pelo governo, e voltaram maiores. O Batista foi derrubado junto, e se reergueu indômito. Bandeiras, assim, e mastros assim, só o romantismo pode explicar e os séculos os trazem apenas de vez enquanto.
Li Ecos da Terra Ronca com a emoção do artigo que eu gostaria de estar escrevendo. Sou impressionada com o dom de Batista de dizer o que a sociedade quer falar. Ele capta o silêncio que grita nas pessoas e escreve, verdadeiro devoto da sua luta. Aprendi a ser grato nas coisas que me machucam, pois ele também passa pelas coisas que o feriram como se estivesse agradecido. Não revida as traições e se comove com as dores e alegrias alheias, especialmente dos que lhes fizeram mal.
Esse artigo do Batista Custódio é também meu, e de um punhado de gente. Assino o seu conteúdo, pois é franco no reflexo do panorama goiano. É como se você visse Goiás, do alto. A paisagem é essa mesma, descrita em Ecos da Terra Ronca: uma tempestade de desconsolos que causam angústia e ansiedade na gente (pois, sou gente, e sou do povo). A ventania que o Batista mostrou é a explosão de fôlegos sufocados de um povo!
Não pare, seu Batista! Escreva sempre, todos os dias! Eis o maior valor do seu querido jornal. Os políticos estão essa ilha que o senhor descreveu! Esquecem-se de ver o oceano de lástimas que os afoga. Aliás, podemos até ir um pouco mais. Parece que eles são um arquipélago, onde cada político está na sua ilha, florida, helicópteros pousam e levantam voo, porque o mar, todo em volta, é de lama.
Mais que uma avaliação de cenário eleitoral, o iluminado Batista Custódio nos traz uma aula de história.
Diferentemente daquilo que se espera de quem conta uma história, cujo narrador tende a imprimir sua visão de mundo, Batista vai além: se insere como espectador de uma trajetória, que muitos conhecem, mas se fazem cegos diante dela.
A história política de Ronaldo Caiado não nasceu com ele. Tem suas raízes bem fincadas em uma ancestralidade que muito fez por Goiás e pelo Brasil. Emival Ramos Caiado, a título de exemplo, homenageado recentemente em sessão solene do Senado Federal, foi o autor da lei que fixou a data da mudança da capital para Brasília, enquanto deputado federal.
Na contramão daqueles que bradam por uma nova política, confundindo-se na terminologia do significado de "novidade", seja por desconhecimento, seja por ingenuidade, Ronaldo Caiado se apresenta ao eleitorado goiano com o gabarito que raros possuem: o de político honesto, justo, leal e verdadeiro. Traz, na sua experiência com o trato público, uma nova maneira de governar Goiás. Não se apresenta como uma alternativa. Sua candidatura é um chamado do povo, que, aliás, o queria como candidato a Presidente da República.
Para muito além da Terra Ronca e dos limites da Serra Dourada. Mas, primeiro, Caiado tem um compromisso com os goianos: o de transformar o estado de Goiás.
(Marcela Machado, cientista política, mestre e doutoranda em Ciência Política pela Universidade de Brasília, UnB)