Na minha infância ,assisti muitas vezes as lavadeiras estendendo os famosos ternos de linho 120, símbolo da elegância masculina de então, trincando de brancos às margens do Rio Vermelho, próximo à Casa Velha da Ponte. Hoje seria impensável estender qualquer tipo de roupa no mesmo local. O descaso, a falta de amor e gratidão pelo histórico Rio Vermelho transformou a relva verde ribeirinha do rio em um lixão a céu aberto com toda espécie de bugigangas jogadas pelo povo às suas margens dentro da cidade.
Indignados um grupo de moradores apolíticos, liderados por Maria Dulce Loyola Teixeira, filha de tradionais famílias vilaboenses, resolveu se reunir e tomar atitudes na tentativa de resgatar a beleza original do rio, no seu percurso pela bela cidade, pertencente ao patrimônio histórico mundial. Nos países de primeiro mundo os rios em suas trajetória pelas cidades, são tratados com mais amor e respeito pelos moradores que reconhecem a importância e necessidade de mantê-los limpos e livres da poluição ambiental.
Desta forma, este grupo cidadão resolveu instituir um dia por mês para para cuidar da limpeza, assoreamento, etc, do Rio Vermelho. Este movimento inicia-se agora no dia 22 de setembro às 8h da manhã e é chamado de “Abraçando o Rio Vermelho”. Para este primeiro dia de atividades foram convidados todos que possuem imóveis nas margens do Rio. Eles receberam o pedido de colaboração e participação neste dia em que será realizada a primeira de muitas ações: a limpeza do rio e de suas margens por voluntários no trecho do largo da Carioca à praça de eventos, uma demonstração de cuidados com o Rio.
Abraçando o Rio Vermelho para protegê-lo no dia 22 será a primeira ação para atingir os cuidados maiores e necessários já enumerados por técnicos competentes. O “Dia do Rio Vermelho “ será realizado todo sábado da semana de lua cheia ,coincidindo com as famosas serenatas de Goiás prestigiadas por cantores goianos oriundos de Vila Boa como Marcelo Barra e Maria Eugênia.
Todas estas ações, visam despertar as escolas para educarem seus alunos com mais amor e respeito pelos Rios, como também alertarem as instituições financeiras, públicas e o povo um de modo geral a se unirem e urgenciarem a restauração do Rio Vermelho que há muito pede socorro.
Educação e comprometimento com o bem comum é o caminho para um mundo melhor para todos.
(Arthur Cornélio Otto, professor, mestre em Engenharia Nuclear e colaborador do Diário da Manhã)