A pergunta que não quer calar é: Por que a cidade de Pirenópolis está tão esquecida? Omissão? Descaso? Negligência?
Tão querida e amada por seu povo simples e de conhecimento imensurável, com seus casarões ricos em história e cultura a cidade tombada pelo Patrimônio Histórico pede Socorro.
O que ninguém percebe é o outro lado da moeda, o lado da cidade que está negligenciada pelas autoridades, do descaso com o pirenopolino que é tão acolhedor e hospitaleiro com os turistas. De que adianta a receptividade se Pirenópolis não está tendo a possibilidade de oferecer o básico ao turista? Sim, não se tem nem o básico.
A cidade é cercada por água (rio das almas) e absurdamente a agua esta sendo bombeada na beira da estrada onde já foi furtado o transformador e cerca. Em finais de semana, feriados, quando a cidade está lotada de turistas, falta água; pousadas, restaurantes e casas de aluguel se vêem obrigados a fechar as portas pela falta de estrutura.
A falta de energia constante na cidade (já denunciado em meus artigos anteriores) também é outro fator grave. A cidade lota e escurece. Chega a ser cômico. A escuridão toma conta de Pirenópolis quando a cidade recebe seus turistas, e o prejuizo fica para os comerciantes, pousadas enfim, ninguém paga essa conta, mas o pirenopolino é obrigado a pagar contas abusivas de energia não é mesmo?
E por falar em negligência, por que não darmos ênfase na falta de segurança que a cidade vem enfrentando?
São vários casos de furtos, roubos, assaltos. As polícias Militar e Civil fazem das tripas coração para ajudar o pirenopolino, mas por falta de contingente, viatura e o básico de estrutura pra trabalhar, não conseguem conter a bandidagem que ronda a cidade. As drogas? Este é um problema que já não há mais esperança de ser resolvido. A beira do rio se tornou uma “cracolândia”, quem passa por ali sabe que é fato o que está relatado aqui.
As delegacias do entorno não aceitam mais tantos presos de Pirenópolis, e estes acabam sendo soltos. Pasme, Pirenópolis nem Cadeia Pública tem minha gente!
Todo ano na época da festa do Divino Espírito Santo o Cavalhódromo é interditado pelo Corpo de Bombeiros. O mausoléu que foi construído com intuito de tapar algumas verdades nunca foi reformado como deveria ser, e está caindo. Há rachaduras por todos os lados e em época de festa todos ficam preocupados com o risco de desmoronamento. Talvez a solução virá quando uma tragédia acontecer por ali, pois por enquanto ninguém fez nada e não dá a mínima atenção para o perigo constante do Cavalhódromo.
A sede da Banda Phoênix (que é doada), é uma casa enriquecida de histórias, mas pobre em reforma e também está caindo. Já houve tantos furtos na sede que não se sabem mais que atitude tomar. E ninguém nunca fez nada mais uma vez.
O teatro onde sempre acontece a peça As Pastorinhas, bem como outras peças teatrais também foi interditado. Sua frente está desmoronando e até hoje ninguém nunca fez nada. Interditaram, fecharam, não se vê obras nem tampouco limpezas. Os pombos fizeram de dentro do teatro, sua moradia, o mal cheiro é insuportável e corre o risco de espalhar doenças pela cidade. E ninguém faz nada.
Peçamos aos governantes que olhem com um mínimo de carinho,compaixão e responsabilidade por nossa querida Pirenópolis, caso contrário a cidade continuará às traças. Gostaríamos de ver aquela linda e pacata cidade de antes, se é que isso é possível.
A cidade é maquiada pela omissão, neglicência e descaso das autoridades. Pirenópolis clama por Socorro.
“Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.” (Provérbio Chinês).
(Uiara Pereira de Pina, socióloga e bacharel em Direito)