A água é hoje objeto de uma maior atenção por parte das pessoas, cada vez mais preocupadas com as mudanças climáticas, com o aumento da temperatura e com as crises hídricas, como em São Paulo (Cantareira) e Brasília (racionamento de água por 17 meses), eventos que tiveram grande destaque na mídia nacional.
As pessoas têm razão, já que não existem mais as soluções dos velhos tempos, quando bastava cavar uma cisterna e uma fossa séptica e tudo se resolvia. Hoje, saneamento básico é composto de sistemas complexos que têm que fornecer água e coletar esgoto, 365 dias por ano e qualquer interrupção, afeta a vida, a saúde e o bem estar das pessoas.
Considere-se ainda, o crescente uso da água como insumo básico na agricultura irrigada que, associada ao uso de novas tecnologias, levou a um espetacular aumento na produção de alimentos em Goiás e no Brasil.
Diante desse cenário, o saneamento básico, em ano de eleições gerais, está sendo objeto de enorme interesse dos eleitores e dos candidatos. O tema água transbordou para a agenda político eleitoral, mas tem sido tratado de forma superficial e populista, muito longe da realidade do setor e dos efetivos problemas do saneamento.
Mas, o eleitor merece mais do que isso. O eleitor merece a verdade. Até porque, Goiás já tem um bom caminho andado com o trabalho da Secima (Meio Ambiente) e da Saneago, concessionária de água e esgoto que atua em 226 de um total de 246 municípios goianos.
A Saneago completa agora 51 anos de existência e de trabalho, atendendo mais de 5,5 milhões de goianos. Praticamente 97% da população urbana do estado conta com o serviço de água tratada e 58% tem acesso ao serviço de esgotamento sanitário. Uma empresa que tem aprovação de 67% das pessoas com conceitos bom e ótimo, contra apenas 7% de ruim ou péssimo.
Trata-se de uma das seis maiores empresas do setor de saneamento no Brasil e a maior empresa estatal do Centro Oeste brasileiro. É referência em gestão corporativa, tendo sido pioneira na adequação à nova Lei das Estatais, com alto padrão de transparência e valores éticos. A empresa tem excelentes números no seu balanço, possui Rating de investimento, baixo endividamento e respeito de todos os seus empregados.
Portanto, afirmações como, prática de caixa 2, corrupção, desvio, propina e falta de planejamento são completamente falsas, cheias de intenções escusas e indicam completa ignorância e desconhecimento da empresa e da sua forma de operar. São ilações desmoralizadas pelos resultados da empresa e que só causam a repulsa dos seus 6.000 empregados.
Infelizmente, péssimos exemplos não nos faltam na política goiana. A Saneago e seu CNPJ, a partir de denúncia e inspiração do candidato e senador Ronaldo Caiado foi acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) e se tornou vítima da chamada Operação Decantação, que trouxe enorme prejuízo para a população, atrasando em dois anos a universalização do esgoto em Goiânia e causando enorme crise hídrica em Brasília, graças à paralisação das obras do Sistema Corumbá. Coisa de 1 bilhão de reais de prejuízo para a empresa e um desgaste maior ainda para a população.
Até hoje, dois anos depois, ninguém foi sequer julgado ou condenado. A Saneago perdeu um de seus engenheiros, Claudionor que, humilhado com seus valores morais, acabou por cometer suicídio. Técnicos, engenheiros e diretores foram presos e desmoralizados, apesar de honestos, éticos e com bom desempenho na gestão.
A empresa sofreu muito com essa irresponsabilidade e fez o que lhe cabia - buscou a superação. E graças à confiança dos seus usuários e o trabalho da equipe de funcionários enfrentou a crise hídrica de 2017 e construiu soluções que garantiram a água em todos os 226 municípios em 2018, sem exceção. A Saneago recuperou a autoestima.
De forma especial, em pareceria com a Secima, a Saneago garantiu o abastecimento de água, apesar das bruscas quedas de vazão, ocasionadas pela retirada descontrolada de água do Rio Meia Ponte, importante manancial que tem vocação para o abastecimento da população da Região Metropolitana.
Por isso, é duro ver setores do Ministério Público Estadual (MP), da mídia, da política e até mesmo do Comitê da Bacia, torcendo pela falta d’água para obter holofotes, ganhar notoriedade ou vantagens políticas.
Mas, infelizmente para essas pessoas e felizmente para a população, em 2018 não haverá falta d’água nas 226 cidades goianas graças ao trabalho de nossos 6.000 servidores que, de forma silenciosa, mas eficiente, cumpriram sua missão.
A Integração dos Sistemas João Leite e Meia Ponte na Região Metropolitana, o Sistema Corumbá, a transposição do Capivari, em Anápolis, a utilização de poços tubulares, a redução de perdas, as campanhas de moderação do consumo e, sobretudo, o investimento de 500 milhões de reais em 2018, garantem esta expectativa positiva e indicam caminhos para uma política saudável para o setor.
Nos próximos quatro anos poderemos universalizar o atendimento com água tratada em Goiás e atingir 90% de cobertura no esgotamento sanitário a partir de recursos próprios e parcerias.
A água não é problema em Goiás, é solução. Um estado que tem média de 1.500 ml de chuva por ano, é um estado abençoado. A questão é que toda essa chuva precipita em sete meses e os outros cinco meses são secos. Ou seja, um desafio perfeitamente superável pelas tecnologias disponíveis, que nos dão opções para transformar desafios em oportunidades.
A Saneago tem feito isso, desde os primeiros governos de Marconi Perillo e continua exercitando sua capacidade na gestão de José Eliton. Com os investimentos realizados no Sistema João Leite, associados ao Sistema Meia Ponte, buscamos garantir água para os 2,5 milhões de habitantes da região Metropolitana de Goiânia pelas próximas décadas.
Solução parecida está acontecendo com o Sistema Corumbá que vai atender neste ano 4 milhões de pessoas no DF e Entorno de Brasília.
Portanto, fortalecer estas conquistas e consolidar a Saneago como a grande estatal goiana é mais do que obrigação, é oportunidade.
Parabéns, Saneago!
(Jalles Fontoura, presidente da Saneago)