O suicídio é a terceira principal causa de morte em indivíduos entre 15 e 44 anos afirma a Organização Mundial de Saúde – OMS. Ou seja, a cada 45 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo e o Brasil está entre os dez países, com os maiores índices. Sendo que os meios utilizados para ceifar a vida podem ser desde o uso de pesticidas a pulos de edifícios. Toda essa conjuntura é preocupante!
As tentativas de suicídio são bem maiores do o ato de suicídio. Se por acaso, você conhece alguém que já fez alguma tentativa o risco dele tentar novamente pode ser de até 100 vezes. Todo forma de lesão a si mesma é considerado um ato suicida. Vários fatores estão associados a esta ideia, desde os transtornos mentais (depressão, uso de álcool e drogas), falta total de suporte social, histórico familiar ou regional, a própria vontade de tirar a vida, pressões externas estressantes, desemprego, enfim, são vários os fatores existentes.
Os suicidas, geralmente, não querem tirar a própria vida e, sim, ficar livre de algum sofrimento. Não existe uma única clareza sobre o motivo, o que se sabe, em diversos estudos, é que existe uma clareza de se ficar livre do sofrimento e, às vezes, o indivíduo nem tem a devida consciência da “morte” e do que o processo inteiro pode causar.
Os pensamentos ditos suicidas podem ser considerados anormais quando esta for à única alternativa para resolver os problemas. Mas como tentar identificar que estes comportamentos são suicidas? Alguns comportamentos podem ser analisados quando apresentam alguns sinais, tais como: a própria ideia de suicídio; mudanças bruscas no comportamento; vontade de se isolar; a expressão de que se ele ou ela sumisse ou morresse, a vida seria melhor; a existência de alguma doença crônica; perda repentina de interesse por tudo; abuso de álcool e drogas e alguns casos de transtornos mentais.
As pessoas que tentam tirar a própria vida não são fracas, não são vulneráveis, apenas indivíduos que enxergam os problemas de maneira diferente daqueles que não possuem os pensamentos suicidas. Como ajudar? Ouça atentamente as pessoas ao seu redor, tenha empatia e focalize sempre nos sentimentos alheios, este é o primeiro passo. Trate com respeito, faça uma abordagem clara e sem julgamento. Não julgue o problema da outra pessoa, pois, cada um enxerga o problema de forma diferente. Caso você não esteja sabendo lidar com este tipo de situação, faça algumas perguntas básicas, tais como: existe algo que está deixando você triste?; Passa pela sua mente que ninguém está preocupando você?; Acha que a vida não vale a pena mais? Após, ofereça apoio emocional e encaminhe imediatamente a pessoa para que ela procure ajuda de um psicólogo ou psicóloga. O CVV e o telefone 188 também pode ajudar. Não é frescura, não é falta de “vergonha na cara”. É um problema grave que deve ser visto de forma séria e com muito apoio social e emocional. Setembro amarelo, mês da prevenção do suicídio.
(Maurício Valadão, professor, mestre e doutorando em Psicologia)