A História das nações e da humanidade está repleta de casos de líderes messiânicos, dos “libertadores de povos”, dos “vingadores de raças oprimidas”, dos revolucionários justiceiros, dos moralistas acusadores e dos perseguidores de corruptos que depois de instalarem-se no poder deixam-se corromper e corrompem com volúpia.
No discurso e na propaganda são criaturas sublimes, de alma elevada e conduta acima de toda suspeita. Não se registra uma mácula. Ninguém aponta um deslize, em suas condutas. Mas com o passar do tempo, e quando pode-se enxergar detalhes escondidos de suas ações, na linha do tempo, é que a verdade vem à tona.
Um caso de unanimidade universal, de louvação de um mito na cena política, é o de Nelson Mandela. Só agora se sabe e se informa que foi tirado do cárcere, onde ficou por mais de trinta anos, para em três meses ser tornado presidente da África do Sul, com o propósito único de quebrar a lei existente naquele país, de monopólio estatal da exploração das minas de diamante, para entregar a concessão ao poderoso magnata Nelson Rockfeller.
Há décadas disputavam a concessão. Conseguida como um passe de mágica, logo após Mandela eleger-se Presidente de seu país, em uma onda triunfalista jamais vista na história humana. Depois desse ato – que ninguém noticiou – Mandela permaneceu fazendo discurso bonito, executando suas dancinhas tribais, exibindo seu figurino exótico.
Fez um Governo medíocre, marcado pela perseguição feroz à população branca. No discurso falava-se em todo o mundo da beleza do fim do apartheid.
Hoje se sabe que Mandela sempre foi sócio de minas de exploração de diamante, que utilizavam trabalho escravo. Um filme de Leonardo Di Caprio fala sobre isto, sem mencioná-lo, mas mesmo assim ele ficou irritado. Condenou o filme e o cineasta por terem lançado luzes sobre um “assunto delicado”, apesar de sua conhecida ligação com ele nem de leve ter sido sugerida. Mas sabem como é... falar de corda em casa de enforcado...
Porém a imprensa não noticiava os massacres de brancos, as invasões de fazendas produtivas, as “expropriações reparadoras de antigas injustiças”, a exemplo do que o MST e o MSTT têm feito no Brasil. Isto não são palavras minhas.
Está relatado por Olavo de Carvalho, em textos e palestras transmitidas via internet, acessíveis a qualquer interessado. No Brasil também um recente processo de endeusamento e fabricação de um mito: a que levou o ex-presidente (hoje prisioneiro condenado) Luiz Inácio Lula da Silva a ser visto como uma das lideranças mais importantes da política, em todo o mundo.
O PT, partido fundado por ele, também era e é uma seita, reformadora de costumes, com seus parlamentares e líderes sendo exaltados e histéricos acusadores de agentes públicos apontados como desviadores de recursos públicos. Muitos foram acusados sem provas.
Quando sua inocência era provada, ou as acusações revelavam-se despropositadas e sem fundamento, suas carreiras e suas vidas já tinham sido destruídas. Hoje sabemos o quanto pedidores de CPI, e o quanto militantes petistas infiltrados no Mistério Público eram sinceros.
Tempo propício ao vitimismo e ao mimimi
Movimentos politicamente corretos, e movimentos ativistas que lutam por causas ditas sublimes, mas que são apenas oportunistas, estão empoderados.
Deles e por eles são e estão todas as mídias, todas as Ongs que faturam alto, e enriquecem às custas de mimimi e vitimismo.
Na vida tanto é perigoso não tomar-se a sério, como o é o tomar-se a sério demais.
Nunca se sabe o nível de verdade – ou a presença de falácia ou fingimento – nos papéis sociais que representamos na cena do existir nesse mundo.
Estamos no tempo dos “formadores de opinião” que não dão opinião própria sobre assuntos “delicados”, polêmicos ou agitados, que poderiam lhes trazer desconforto ou prejuízo, na boa vida que levam.
No máximo repetem opiniões alheias, cuja exposição não os comprometem.
Ou gungunam palpites sobre baldeações sociais e futilidades e premiações de vaidades nos mundos do show-bis, bem como na cena literária ou artística.
(Brasigóis Felício, escritor e jornalista. Ocupa a cadeira 25 da Academia Goiana de Letras, sendo integrante de outras entidades culturais)