A Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Goiás repudia a decisão da Secretaria de Segurança Pública em terceirizar o serviço de atendimento ao cidadão do Centro de Operações (Copom). Na última quarta-feira,10, a SSP e o Comando Geral da PM anunciaram uma parceria com a Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás (Adfego) que vai assumir o serviço de tele atendimento via número 190. O presidente da ACS sargento Gilberto Cândido de Lima considera a decisão absurda por representar risco para os policiais que estão nas atividades operacionais de prevenção e combate à criminalidade e um prejuízo para a sociedade.
Gilberto de Lima diz que o assunto não foi discutido com as entidades e diz que a tropa não deve aceitar de goela a baixo a medida. O presidente da ACS acrescenta que o trabalho do Copom só deve ser realizado por militares treinados, pois uma avaliação imprecisa ou incorreta das circunstâncias da ocorrência pode colocar em risco a vida dos policiais que serão empenhados para atender o chamado. “O policial que trabalha no Copom é treinado por mais de um ano na Academia da PM. O conhecimento da função é essencial e, por isso, não pode ser executado por um civil sem experiência em ações de segurança pública. Não podemos aceitar que pessoas sem qualificação e preparo assumam uma função tão delicada como essa”, protesta o presidente da ACS.
Não só no Brasil, mas também na polícia americana (emergência 911), considerada uma das mais bem equipadas e preparadas do mundo, a atividade do tele atendimento de emergência é função eminentemente policial, através de ligações via telefone para os acionamentos de viaturas que vão ser deslocadas para atender ao chamado de urgência. A justificativa do Estado para adoção da medida é que terá uma economia considerável em seus gastos com pessoal terceirizado, uma vez que o nível salarial é da ordem de até um terço em relação ao servidor público Policial Militar. Aí está a chave da nefasta terceirização. Em vez de promover concurso e aumentar o efetivo da PM goiana o Governo adota mais uma decisão que prejudica os militares e, por consequência, a sociedade.
A terceirização do Copom vai afetar diretamente 90 militares que tem a difícil missão de atender a população e empenhar as viaturas de área para prevenir e combater a criminalidade. O presidente da ACS além de se posicionar de maneira veemente contra a terceirização ainda alerta que a responsabilidade por problemas com militares, por eventuais falhas no serviço do Copom, será de inteira responsabilidade do Secretário de Segurança Pública e do governador do Estado. “ A desculpa da economia e recomposição de efetivo com essa terceirização é uma afronta ao trabalho da PM. Vamos lutar e usar de todos os meios para evitar que isso aconteça. A falta de efetivo nas ruas é fruto da omissão dos governos que não promovem concursos suficientes para atender a população que terá mais um prejuízo ao depender de gente despreparada para auxiliar quem liga para o Copom em busca de socorro”, finaliza Gilberto.
(Almir Costa. Assessoria de Imprensa da ACS)