Todos sabem, e não faço questão de esconder meus pendores pelo mundo espiritual, e frequento com regularidade a “Casa de Dom Inácio”, em Abadiânia, onde me privo da amizade de quase trinta anos com João Teixeira de Farias, o João de Deus, de quem tenho o orgulho de ser seu primeiro biógrafo, ao escrever “João de Deus, o Fenômeno de Abadiânia” há 26 anos, com sucessivas edições e traduções para o espanhol e para o alemão. Para encurtar a história, João é meu padrinho de casamento e fui seu companheiro de viagens feitas ao Peru e países da Europa.
Na trilha daquele meu pioneiro livro, surgiram dezenas de outros, merecendo destaque “João de Deus, o médium de cura brasileiro, que transformou a vida de milhões de brasileiros”, de Heather Cummings e Karen Leffler e o insuperável “Cara a Cara com João de Deus”, do poeta e escritor José Cândido Póvoa, que, através de mim, passou a frequentar aquela casa, onde é um respeitado doutrinador.
E com a familiaridade de longa data com a doutrina espírita, tive o privilégio de encontrar-me com o mais famoso de todos os médiuns, Chico Xavier, em cuja casa estive diversas vezes, em Uberaba. E aprendi a levar a sério tudo o que provém do mundo espiritual.
No dia 2 de dezembro de 2016 desapareu em Palmas o empresário Rejânio Bucar, irmão do ex-deputado Stalin Bucar, do Tocantins. Na antevéspera do desaparecimento, estive com ele aqui em Goiânia, conversamos muito, apenas amenidades, como sempre fazíamos todas as semanas. No dia 2 de dezembro, encontraram carbonizado em Taquarussu, zona rural de Palmas, o carro que ele usava, mas nem sinal de Rejânio. Levei sua foto na mesma semana até às entidades, e uma delas disse que ele já estava no outro mundo e seu corpo jamais seria encontrado. Dito e feito: apesar das investigações, policiais e particulares, nunca mais se ouviu falar dele.
Mais recentemente, quando ensaiei, por sugestão de amigos, uma candidatura a deputado estadual, uma das entidades mandou um recado através de José Cândido e sua esposa, Maria Júlia: eu não seria eleito de jeito nenhum. Mas como eu tinha a intenção de ser conhecido no meio político e ganhar alguma visibilidade, candidatei-me. E a previsão da entidade se confirmou: não consegui atingir a votação suficiente.
E aprendi a refletir sobre tudo o que dizem as entidades e os cultores, dentre os quais Divaldo Franco, e nesta nossa época conturbada politicamente, um fato apareceu recentemente nas redes sociais que dizem de perto sobre o assunto.
Carlos Antônio Baccelli, grande médium uberabense, ex-discípulo de Chico Xavier, mandou para as redes sociais um a reflexão acerca da situação política atual.
Diz ele que quando Lula foi candidato a Presidente do Brasil, concorrendo contra Collor, Chico disse que tinha medo dele.
Na época, ele não entendeu, pois, afinal, Lula representava os pobres, que Chico sempre defendeu. Pela vez primeira, Chico declarou apoio a um candidato, a Collor, inclusive recebendo-o em sua casa. Collor era um mal menor, foi logo cassado.
Chico achava que ele deveria ter renunciado. O tempo correu e Bacelli constatou que Chico, mais uma vez, estava com a razão.
Lula insistiu, foi eleito e deu no que deu. O PT quase acabou com o Brasil, igualmente quase acabando com a expectativa de que, um dia, ele venha a ser a Pátria do Evangelho.
Há cerca de 40 anos atrás, final da década de 70, início da década de 80, Chico conversava em sua casa com Adelino da Silveira, um de seus biógrafos. Falavam sobre a situação do País. O médium que, muitas vezes, antevia o futuro, disse ao amigo de Mirassol: “- Adelino, o homem que vai começar a dar um jeito no Brasil, deve estar agora na faixa dos 15 anos, talvez um pouco mais - não é um espírito missionário, não é um espírito evoluído, mas com ele é que o Brasil começará a entrar nos trilhos (...).
“E falou mais o que não me convém dizer agora” – continuou Baccelli. “Pelo que Chico Xavier, então, revelou, tudo leva a crer que ele se referia, sim, a Jair Messias Bolsonaro. Definitivamente, não se trata do candidato do PT, que, ao contrário do que andam dizendo, não é espírita - veja-se o que ele aprontou como Prefeito de São Paulo!
Portanto, por um dever de consciência e valendo-me de minha liberdade de expressão, que respeito em todos, venho, publicamente, declarar o meu voto para Presidente do Brasil em Bolsonaro. Acredito que ele possa começar a arrumar a casa quase em ruínas... Bolsonaro não é preconceituoso, homofóbico, racista, ou o que o valho, como a própria Imprensa vendilhona vem espalhando. Ele apenas é intempestivo, falando com excessiva indignação na voz em face das provocações que recebe, e do que vem acontecendo ao Brasil - um País largado às traças, internacionalmente desmoralizado. Votei em Bolsonaro no primeiro turno, votarei no segundo e, se houvesse um terceiro, votaria também.
Espero que os meus amigos petistas não me contestem o direito de declarar o meu voto. Não responderei a nenhum deles, e assim como não os contestei, ou contesto, por preferirem confiar no outro candidato, espero que não me contestem. Não tenho tempo para bate-bocas.
Para mim, o slogan ´Brasil acima de tudo e Deus acima de todos’ fala por si mesmo com a força espiritual que se interessa pelo futuro de nossa Pátria, conduzindo o seu grande destino”.
Aqui ficamos no aguardo do que acontecerá, ou será que o mundo espiritual foi contaminado pelas “fake news’?
(Liberato Póvoa, Desembargador aposentado do TJ-TO, Membro-fundador da Academia Tocantinense de Letras e da Academia Dianopolina de Letras escritor, jurista, historiador e advogado, liberatopo[email protected])