Os amigos pediram e, lógico, vou contar, ou, melhor, recontar, e recontar com o coração alegre, em regozijo, um diálogo que tive com a minha caçula, a Sophia Penellopy, quando ela tinha 9 anos, em abril do ano “passado”, tão “presente” em minha mente, muito presente, mas, alguns disseram que o telefonema da lindinha, num horário bem diferente do costumeiro, mais o comentário sobre um versículo do livro de Apocalipse, escrito pelo apóstolo João, na Ilha de Patmos, na Grécia, o “último” da Bíblia – embora o último livro da Bíblia, a ser escrito, seja a sua terceira carta, cuja profundidade, não, não e não, paro por aqui, chega de ficar protelando, procrastinando, credo, chega! – então, consideraram a ligação dela não passou de “incrível coincidência”, enquanto, a grande maioria, disse que foi “verdadeiro milagre”. O escrevinhador sempre mencionou, e sempre no primeiro parágrafo, desde o século, aliás, desde o milênio passado, muito antes das “fake news” surgirem com esta intensidade satânica, que nas “suas” linhas, “seus” artigos “podem” ou, “devem”, até, infelizmente, “constarem” erros – embora eu considere o nosso trabalho mais árduo a revisão – e, lógico, nem ele, o tal de “escrevinhador” e, nem, muito menos eu, somos perfeitos, entretanto, e o mais importante, é que mentiras, falsidades, inverdades, “fake news”, jamais, jamais mesmo, repetindo: jamais ninguém encontrará por aqui, nem os anjos, nem os serafins e nem os querubins, enfim, aliás, mentir, como já dissemos zilhões de vezes, por aqui, em um texto, em um artigo, numa postagem no “Face”, tendo, portanto, como repensar, corrigir, caso tornemo-nos falsos, mentirosos, exagerados, displicentes, sei lá, afinal, podemos deletar – o Word sublinhou a palavra “deletar” com um risco verde ondulante e “sugeriu” a palavra “apagar” – enfim, tendo como revisar, o vadio do escritor mentir, adulterar os fatos, não é um pecado, como ocorre no discurso, na fala, aonde, mesmo não querendo mentir, inadvertidamente, num “ato-falho”, transacional, exageramos, diminuímos, omitimos, inventamos, invertemos, e sei lá quantos “emos” – isto é pecado facilmente perdoado pelo criador, para todos os cristãos é o “pecado original”, herdado dos primeiros pais, o casal cara-de-pau – pois um culpou o outro – são hereditariedade física e psicossocial, tipo “inconsciente coletivo”, enfim, todos nós somos mentirosos, “idiotas” – mas, opa, “aqui não vilão”, mentir não tem explicação, não tem nexo, não tem fundamento, não tem propósito, temos como contornar, como corrigir e faltar com a verdade, aqui, mentir é o mesmo que blasfemar, um sacrilégio e, “pior” – o “pior goiano”, que significa “bem melhor”, ou, muito melhor – este escrevinhador não omite nada, absolutamente nada que lhe venha à mente, que faz-lhe acreditar ter significância, sim, sou testemunha que, em se tratando da verdade, não se importa, nem mesmo, comigo, nem como pai, filho, irmão, tio, empresário, escritor, condenando-me, fazendo-me “lavar roupa suja fora de casa”, pedir desculpas e, foi em vários textos, então, estou mencionando tudo isto porque, provavelmente, não, provavelmente não, certamente, aposto, muitos dirão, especialmente sobre o telefonema e o diálogo que passarei a narrar no próximo parágrafo, que não passo de um mentiroso blasfemador miserável, inventando estórias e, pior, envolvendo a “coitadinha” da filha inocente – “se é que é filha dele, ela nem se parece com ele...” – bem, espero que o misericordioso leitor compreenda as brincadeiras, rodeios, salamaleques e blábláblás, como objetivados à captação da atenção da Sophia, da “Pitica” – cansada dos meus artigos, tadinha, o misericordioso leitor saberá a razão, espero, no próximo artigo – e, lógico, das crianças e dos mais jovens, então, eis o segundo parágrafo:
Em abril, fazia tempo que eu não enviava um artigo, estava mais seco que o deserto onde Judas perdeu as meias, a jornalista Consuelo Nasser, (1938-2002) escreveu que esta situação, de não se conseguir escrever, é como um filho que você não consegue parir, credo, Deus do céu! Obrigado Consuelo! Não conseguia envolver-me com nenhum tema e, lembro-me, como se fosse agora, sentei-me diante do notebook e o escrevinhador, imediatamente, manifestou-se gritando o título, dentro da minha alma: “Novidades sobre Jesus Cristo”, “Novidades sobre Jesus Cristo”, “Novidades sobre Jesus Cristo” e eu, lógico, com o coração batendo na boca, comecei a implorar a Deus que me poupasse, afinal, clamei: quem sou eu para trazer novidades sobre Cristo? Comecei a palpitar quando as minhas mãos e dedos, trêmulos, autômatos, começaram a digitar: “Novidades sobre Jesus Cristo”. Não sei quantas vezes reli o título e, cada vez mais embasbacado, perguntava-me quais seriam as “novidades”, Deus do céu!, daí me veio a ideia de brincar. Brinco com os amigos, que argumentam que seria impossível a todas as pessoas verem Jesus numa grande “nuvem”, visto que o planeta é redondo, então, como poderia cumprir-se a profecia no livro de Apocalipse, escrito pelo discípulo João, na ilha grega de Patmos: “Todo o olho o verá”, aí falo para eles que não será uma nuvem de água, ou, mesmo, de fogo, será a “nuvem da Internet”, o misericordioso leitor gostou da minha tese? Quando o telefone tocou o meu coração explodiu, pensei que era Deus eliminando-me da face do planeta por ousadia, blasfêmia, sei lá, o coração disparou, novamente, mas, sorri quando verifiquei que era a Sophia:
– “Oi meu anjo”.
– Olá papai, tudo bem? O senhor se lembra daquele texto que o senhor brinca, aquele que “diz” que Jesus Cristo virá numa grande nuvem? Pois é, eu vi o texto na Bíblia, no livro de Apocalipse, ontem.
Fiquei sem folego, novamente. Converso com ela todos os dias, aquele anjo encarnado, estava ali, justamente naquele momento, como um endosso divino, uma resposta imediata. Gaguejei:
– Filha, meu anjo, amor da minha vida, você não vai acreditar. Você vai ser a primeira, a saber, o papai acabou, agorinha, neste momento, de escrever um artigo sobre a “nuvem”. Eu estava aqui, justamente, num dilema sobre o título. Estou achando que o título, “Novidades sobre Jesus Cristo” é esnobe, apelativo o que você acha meu anjo?
A resposta da pequenina conto no próximo artigo. Beijão Sophia. Até.
(Henrique Gonçalves Dias, jornalista)