Há pessoas que deveriam ficar de bem com a vida e com seus semelhantes, pelo menos quando já se aproximam do crepúsculo de sua existência, para merecerem o descanso eterno, ao lado do Criador. Para os incrédulos, ou para quem não tem fé nenhuma, essa afirmação soa como uma brincadeira ou um despropósito injustificável.
Digo isso a respeito da imprensa, no geral e no particular, no atacado e no varejo, que está cheia, com as exceções de praxe, de jornalistas que acreditam que estão acima da terra e do céu, do bem e do mal, portanto, de difícil convivência com as pessoas, causando-lhes repugnância pelo que escrevem e pelo que falam. Aí fico a pensar: o que eles têm nos seus corações? Somente sangue, músculos e carne? Nada mais? É o que eles deixam evidente até nos seus próprios olhares. Dizendo mais, é quase impossível estabelecer um diálogo fraterno com esse tipo de gente, porque intolerante, orgulhosa e pedante, sem o mínimo respeito humano e cristão. De nada valem, mesmo tendo cultura livresca e escreverem corretamente, com frases bem montadas e palavras bonitas, pelo que deixam de maneira clara seu exibicionismo, simplesmente para chamarem a atenção das pessoas que os leem pelos jornais, porém de forma negativa. Eu mesmo conheço alguns deles, de perto e de longe, e fico avaliando como são medíocres, não percebendo, por falta de uma percepção nítida, o limite de sua insignificância no contexto social e, às vezes, até na sua própria família ou perante as pessoas com as quais convivem, no dia a dia. Os órgãos públicos estão, também, repletos desses aspones. Deixo, aqui, de declinar seus nomes para não expô-los ao ridículo, como eles, sem a mínima cerimônia e respeito, fazem com os outros, como mercenários, tanto no governo quanto na oposição, quase sempre. Comparo-os, ainda, como aves de arribação. Se faz bom tempo eles veem, se faz mau tempo eles vão, quero dizer, só sabem sugar as tetas leitosas dos órgãos governamentais para levarem uma vida tranquila. Essas figuras são muito bem conhecidas, há muito tempo e até nos dias atuais.
Cuidado, Caiado! Se o senhor ganhar essa eleição, no dia seguinte à sua posse todos estarão à porta do Palácio brigando, entre si, como foice no escuro, pelos melhores cargos nos setores de comunicação do governo. Se desejar ter paz para trabalhar, advirta-os para comportarem-se com compostura e moderação, porque quase todos são movidos por interesses pouco recomendáveis. Que o digam os ex-governadores, que ainda estão vivos, ou mesmo os mortos, de seus túmulos.
(Sisenando Francisco de Azevedo, advogado, escritor, historiador, articulista do DM e membro da Associação Goiana de Imprensa – AGI)