“Indiretas são a estratégia de quem tem medo de dizer o que pensa. Não acertam o alvo, mas dão a sensação de "missão cumprida”
Daniel IbarToffler
Eu, cursista legal, participante e observador do "Curso para Formação de Professores/2013", oferecido pela Secretaria de Estado da Educação, parabenizo a equipe de coordenadores responsáveis pela realização. Primeiro pela decisão de trazê-lo a nossa região, tendo como vantagem a acessibilidade fácil. Em segundo lugar, por planejar que o almoço fosse na própria unidade escolar, assim os cursistas estiveram sempre juntos, enriquecendo a socialização; e, sendo o dia todo, concluímo-lo mais rapidamente. Também a divisão das classes por área de formação direcionou o foco, ainda que uma sugestão seja digna de nota: um mestre ou doutor, ministrando as aulas de técnicas em sua devida classe, seria o ideal. Se os professores e unidades escolares amenizaram os custos do evento, no estilo "vaquinha", qual foi o investimento financeiro da Secretaria da Educação, no tal evento? Tendo tantos professores mestres amigos da escola nem um convidado especial!!!! Tenho como ponto de melhora: a motivação. Que o professorado encare com mais gosto os eventos promovidos pela SRE, quase de graça! Ninguém merece ouvir, por horas e horas a fio, superficialidade das orientações técnicas/científicas de quem não se aprofundou! Embora respeitamos as suas experiências do dia-a-dia. Aí, a gente aprende que só aprende envelhecendo.
Vejam as perguntas de encaminhamento dos trabalhos para conclusão daquele período do Grupo de Língua Portuguesa. Pareceu-me até a organização frasal da ex-presidente Dilma:
"— Qual a estrutura do Currículo Referência Experimental de Língua Portuguesa (sic)?
— Como as expectativas de aprendizagem estão divididas (sic)?
— De que forma as expectativas orientam o trabalho do professor (sic)?
— De acordo com os conteúdos e as habilidades descritas nas expectativas é possível trabalhar uma expectativa sem considerar as demais expectativas propostas no bimestre (sic)?
— Como ensinar Língua Portuguesa a partir dos conteúdos e das expectativas propostas?"
Essa última é uma grande incógnita, quem preparou o material escrito e visual deveria estar ali para nos responder, com a receita mágica de como ensinar. Se o autodidata Paulo Freire estivesse lá responderia ironicamente dizendo, que "ninguém ensina ninguém, as pessoas aprendem". O ser Educa-se por si!
Eu saí dali mais cidadão e menos professor!!! Então, de forma alguma foi de tudo perdido, estou exagerando certamente! Quero dizer sobre o aprendizado da convivência, além de dar vazão ao prazer de rever velhos amigos. "Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo", diz José Eustáquio Romão, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.
Mas, por outro lado, cá em meu momento demorado de reflexão, prefiro, acima de tudo, lamentar-me sobre os dizeres de Benjamim Franklin: "Quem se ensina a si mesmo tem um tolo como professor".
(Claudeci Ferreira de Andrade, pós-graduado em Língua Portuguesa, licenciado em Letras, bacharel em Teologia, professor de filosofia, gramática e redação em Senador Canedo, funcionário público)