Leonardo da Vinci foi um gênio. Pintor, cientista, músico, arquiteto, engenheiro e escritor. Sem dúvida, um dos homens mais versáteis que o mundo conheceu. Dou um exemplo. Durante esses últimos anos, o romance “O Código Da Vinci”, figurou no topo da lista dos mais vendidos. Na verdade, um best-seller mundial, no qual o americano Dan Brown fez do romance, cheio de mistérios, uma trama onde são vistos enigmas esotéricos, teorias conspiratórias que envolvem a Ordem dos Templários e a origem do Santo Graal. Leonardo Da Vinci (1452 – 1519), continua causando assombro em todos os que se disponham a estudá-lo. Vi, na internet, a “mãe dos burros”, que há milhões de páginas dedicadas àquele que foi o melhor de todos os tempos, comparando-o a outro “monstro”, Michelangelo. Há, exatamente, 1505 anos, Da Vinci produziu o mais famoso quadro da história, a Mona Lisa. Não foi à toa que Freud, o pai da psicanálise, falou que ele “foi um homem que acordou cedo demais na escuridão, enquanto os outros continuavam a dormir”. A revista “Isto É”, há alguns anos, trouxe uma reportagem com o título “O Fascínio de Mona Lisa”, dizendo que exposição na Itália com releituras da pintura de Da Vinci levanta a questão: por que esta obra exerce tanto encantamento na humanidade? Realmente, “La Gioconda” provoca esse fascínio sobre as pessoas. No mundo inteiro, da Renascença pra cá, várias são as versões dessa obra prima: o brasileiro Vick Muniz, em 1978, usou geléia e pasta de amendoim para registrar suas Mona Lisas; o colombiano Botero (1978), a fez com formas arredondadas, ficando “gordinha”; a Mona Lisa de Jean-Michel Basquiat (1983) tem traços modernos e fortes; além da Gioconda com seus seios nus, do século XVI, apareceu, em 1919, a mais grotesca delas, pois o artista francês Marcel Duchamp, deu-lhe um toque de ironia e a pintou com bigode e cavanhaque. Horrível, deformou a obra atemporal de da Vinci. Interessante notar nesta crônica, que Pietá, de Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564), encantadora escultura do grande renascentista, concluída em 1499, que se acha exposta na Basílica de São Pedro, no Vaticano, não tem sido copiada por escultores pós-Renascimento. Talvez seja porque se trata de Nossa Senhora com Cristo no colo, na descida da cruz. Mona Lisa está no Museu do Louvre, em Paris, e o quadro não contém a assinatura de da Vinci, tampouco sua data. Por outro lado, Michelangelo assinava seu nome nos seus trabalhos – Michelangelo Scultore – como se pretendesse abrir uma janela para a eternidade. E, verdadeiramente, a abriu. Antes da magistral Pietá de Michelangelo, um anônimo esculpiu, em 1300, uma outra chamada Rötigen Pietá, que se acha num museu de Bonn, na Alemanha. Estava concluindo esta crônica quando um expert nessas maravilhas da arte mundial me falou que há uma outra Pietá, também de mármore, de Master Chaource, (1500 – 1520), posta à visitação pública na Igreja de Saint Martin, em Bayel, na França. São, contudo, apenas versões.
(Luiz Augusto Paranhos Sampaio, membro da Academia Goiana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás da Academia Catalana de Letras e da União Brasileira de Escritores. E-mail: luizaugustosam[email protected])