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OPINIÃO

Empreendedorismo pós-pandemia

As transformações provocadas pela pandemia da Covid-19 têm nos mostrado que é inquestionável a existência do chamado novo normal. A doença, que causou mudanças profundas nos setores da saúde, social e econômico, e agora começa a reascender em nós a esperança com o achatamento de sua curva, também conclama a refletir sobre quais os principais pas-sos que esse novo caminho exigirá da nossa sociedade.

É fato que um dos maiores impactos gerados pela Covid-19 foi um maior desequilíbrio social. Milhares de pessoas perderam empregos, houve crescimento na linha da pobreza no país e, ao mesmo tempo, os mais ricos viram suas fortunas se expandirem.

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), divulgada pelo IBGE, mostra que 2,4 milhões de pessoas perderam o emprego desde a primeira semana de maio, enquanto outras 19,2 milhões não conseguiram oportunidade de trabalho no mercado. Segundo o Cageg, somente entre março e junho, a perda de empregos formais chegou a 1,539 milhão.

No primeiro semestre, o saldo ficou negativo em 1,198 milhão de vagas, o pior desempenho desde 2002. Por outro lado, levantamento da ONG Oxfam mostra que 42 brasileiros conseguiram elevar suas fortunas em 34 bilhões de dólares, entre março e junho. Esse valor corresponde a 70% do aumento verificado em toda a América Latina e Caribe. Nesse mesmo cenário, empresas grandes como o Grupo Iguatemi se preparam para expansão por meio do e-commerce, que tem contribuído para a formação de uma nova ordem econômica. Essa nova ordem visa reaquecer a economia e gerar mais riqueza para o país.

E nos mostra, com isso, que a chamada era do trabalho começa a se sobrepor à era do emprego. Ao mesmo tempo em que a riqueza avança, os postos de trabalho tendem a diminuir cada vez mais. Há muita mão de obra qualificada, mas poucas oportunidades de emprego.

Por isso, nunca foi tão importante debater e aprender sobre empreendedorismo. Já não basta tão somente o conhecimento proporcionado pela formação acadêmica. É necessário conhecimento amplo sobre o mercado de trabalho e essa nova ordem que é empreender.

Nesse contexto, é imprescindível a atuação do estado no sentido de promover debates e facilitar o acesso dos jovens ao aprendizado sobre empreendedorismo, respaldado pelas entidades que integram o fórum empresarial em Goiás.

O fomento aos empreendedores é vital neste momento. A meu ver, o Poder Legislativo pode incitar esse debate, auxiliando o governo e as prefeitu-ras municipais a alavancar o empreendedorismo em nosso estado, que deve estar preparado para o cenário de pós-pandemia.

Paulo Cezar Martins é deputado estadual pelo MDB





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