O Taleban é um grupo fundamentalista nacionalista e islâmico que propagou-se no Paquistão e principalmente no Afeganistão na década de 90,dominando este País até 2001.O grupo afirma ser o único intérprete do islamismo através de uma versão radical da Sharia.
A Sharia é um conjunto de leis islâmicas que ditam regras comportamentais aos mulçumanos. Existem várias versões e aplicações da Sharia.
Até a chegada das tropas americanas no Afeganistão, a Sharia ali praticada pelo Taleban era uma das mais severas. Havia execuções, apedrejamentos, amputações e dura opressão às mulheres.
Após os ataques às torres gêmeas em 2001,o governo americano declarou guerra ao terrorismo, o que atingiu o Afeganistão, uma vez que o Taleban que dominava o País sofreu as consequências deste atentado, pois havia dado refúgio à Al-Qaeda, organização terrorista liderada por Osama Bin Laden.
A invasão americana no Afeganistão não eliminou o Taleban, o grupo esteve sempre presente, apesar de enfraquecido no interior do País e partes do Paquistão. A ocupação americana trouxe avanços para a região e várias conquistas para as mulheres como trabalhar, estudar, ocupar cargos políticos e afins.
Todavia, crises internacionais, subprime americano de 2008, Guerra Comercial entre China e EUA e a pandemia da COVID-19,contribuíram para a retirada das tropas americanas do Afeganistão, pois tais episódios atingiram a economia americana, e o custeio de uma guerra extensa como esta elevaram gastos públicos.
Assim sendo, a desastrosa retirada além de revelar a fragilidade do governo Biden, causou desconforto entre os EUA e países europeus, pois esta decisão foi realizada sem a consulta destes, o que os obriga a receber os refugiados afegãos e eleva suas despesas públicas. Aliado a este quadro, a saída americana também abre caminhos para ações terroristas mundo afora!
Instalado o conflito geopolítico, a retirada americana fomenta a relação diplomática que a China sempre manteve com o Taleban, e ainda suscita o arrojado projeto “Nova Rota da Seda” idealizado pela mesma. Este projeto faz parte da política externa chinesa cujo objetivo é a construção da infraestrutura de transportes, comunicação e energia no Afeganistão, pois o mesmo é um ponto estratégico de passagem ligando a China com outras partes da Ásia, Europa e África.
Desta feita, observa-se que a crise no Afeganistão favorece e interessa ao gigante asiático que objetiva cada vez mais fazer oposição econômica aos EUA, e a retirada econômica representa uma excelente oportunidade para a concretização de tal ação. Vale elucidar que atualmente toda Ásia, África, Oceania, parte da América do Sul e a Europa já possui a China como principal parceiro comercial.
Deste modo, caso a China consiga implantar sua “Nova Rota da Seda”, seu domínio econômico aumentará e fará frente à maior potência global que é os EUA, levantando o seguinte questionamento: A próxima dominação econômica será chinesa?