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OPINIÃO

A economia brasileira pede socorro

Me atrevo em fazer algumas considerações sobre o pronunciamento do atual presidente, transferindo para Deus a responsabilidade de resolver os problemas econômicos da nação, embora, não sendo afeito em discutir assuntos ligados à política e religião nos meus escritos, por considerar que nestes seguimentos ninguém muda ninguém, principalmente por ser setores muito sensíveis a um fanatismo doentio que chega a agredir o racional e ferir de morte o bom senso.

Tal pronunciamento presidencial, me remete a uma situação bem pior no governo do então presidente Itamar Franco, um dos melhores que tivemos, entretanto, muito injustiçado pelos seus opositores. À época (década de 1990) o país estava atravessando uma gravíssima crise econômica, com inflação de 3 dígitos, com especialistas em todo mundo proclamando ser impossível uma solução definitiva e os religiosos aconselhando entregar para Deus esta difícil missão.

Itamar como bom administrador que era, acreditava no consagrado princípio do chamado livre arbítrio, que inibe soluções divinas, para questões meramente de pura e competente gestão administrativa. De posse de uma lista de grandes economistas, com foco na capacidade sem se ater apenas nos aspectos ideológicos ou religiosos, formou uma equipe de comunistas, capitalistas, socialistas e outros “istas” que tinham algo em comum: a inteligência. Para aglutinar estas múltiplas tendências, convidou e então ministro Fernando Henrique Cardoso, conhecido pela sua imensa capacidade de articulador, que, com o seu talento conseguiu retirar “leite de pedra”, resultando no até então considerado impossível: domar a galopante inflação com o denominado Plano Real. Redimindo assim, uma nação que se encontrava a beira do abismo.

O Plano Real, que se manteve vivo até em governo, cujo partido, tinha sido contrário à sua implantação (PT), está com seus dias contados na atual gestão, vítima de erros administrativos provenientes de escolhas de auxiliares apenas focados no aspecto ideológico, de ter sido aluno do guru Olavo de Carvalho (que Deus o tenha) ou de ser “terrivelmente evangélico” (nada contra a religião).

A atual inflação e suas imprevisíveis consequências, tem punido severamente os mais pobres, fruto de uma pandemia que transferiu rendas para produtores de vacinas, de uma injustificada guerra que tem beneficiado os fabricantes de armas e a bem da verdade, grandemente agravada aos equívocos administrativos centrados em pessoas, em todos os níveis do poder executivo, com pouca ou nenhuma experiência em gestão pública.

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